O Ministério Público Estadual do Rio pediu à Justiça nesta terça-feira (24) a revogação da prisão preventiva de 138 dos 159 presos numa festa que, segundo a Polícia Civil, foi realizada por integrantes de uma milícia de Santa Cruz, na zona oeste da capital fluminense.
A operação foi realizada no dia 7 de abril. De acordo com a Promotoria, não há, até o momento, provas efetivas que permitam o oferecimento de denúncia contra estes 138 presos —o órgão disse ainda que serão denunciados os outros 21 suspeitos que foram detidos na festa, e que existe a necessidade de manutenção da prisão preventiva deles.
Familiares de presos na operação, realizaram, no fim da tarde desta terça, um protesto em frente ao Fórum de Santa Cruz exigindo a soltura de parentes que, segundo eles, não têm nada a ver com milícias.
Um dos detidos foi libertado no último dia 21 —Pablo Martins, 23, comprovou trabalhar como acrobata circense em uma companhia que atua na Europa.
O pedido de liberdade do Ministério Público disse que não houve nenhuma ilegalidade na ação policial nem na decisão da Justiça pela prisão de 159 dos participantes da festa.
Para a Promotoria, de fato, havia no local integrantes do primeiro escalão da milícia da região, o que se comprova pela troca de tiros iniciada contra a Polícia Civil. Houve ainda disparos feitos por homens que estavam na portaria da festa e de um carro com três ocupantes estacionado na porta —parte dos tiros partiu também de dentro do evento, o que, segundo o Ministério Público, atesta que havia criminosos no local.
Também nesta terça-feira, a Defensoria Pública do Rio entrou com um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) requerendo a liberdade de Vinicius Guedes de Almeida.
Segundo a Defensoria, a prisão em flagrante dele é ilegal. Caso o STF conceda o habeas corpus a Almeida, diz o órgão, a medida abrirá caminho para o requerimento de liberdade de outros presos na operação.
A assessoria da Polícia Civil do Rio informou que não vai se manifestar neste momento e reafirmou que todas as prisões foram feitas em flagrante durante uma festa em homenagem a milicianos, com ostentação de armas e seguranças com fuzis controlando todo acesso às dependências do local.
A polícia diz ainda que, nas audiências e decisões da Justiça, não foi mencionada nenhuma ilegalidade sobre a operação.
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