Arcos do Jânio são pichados, e Prefeitura de SP reavalia vigilância

Vandalismo ocorreu apesar de gestão ter destacado guardas para coibir esses atos

Equipe da prefeitura limpa letras BTH pichadas na estrutura conhecida como Arcos do Jânio, no centro de São Paulo
Equipe da prefeitura limpa letras BTH pichadas na estrutura conhecida como Arcos do Jânio, no centro de São Paulo - Bruno Santos/ Folhapress

​​Os Arcos do ​Jânio foram pichados no sábado (5), no centro de São Paulo. A Prefeitura Regional da Sé já designou uma equipe do Departamento do Patrimônio Histórico para realizar a limpeza do local e fala em reavaliar a vigilância no local.

No ano passado, ao revitalizar a estrutura, o então prefeito João Doria (PSDB) afirmou que os Arcos do Jânio e monumentos da cidade teriam vigilância da Guarda Civil Municipal para evitar atos de vandalismo. A atual gestão, do seu sucessor Bruno Covas (PSDB) não esclareceu se a vigilância foi retirada do local, mas disse que vai "reavaliar a melhor estratégia de patrulhamento" ​.​

Segundo a prefeitura, a pichação foi captada por câmeras de vigilância. A Polícia Civil vai analisar as imagens para investigar a infração.

A gestão tucana, por meio da empresa municipal Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) afirma não haver um valor específico para a remoção da pichação. "Os trabalhos fazem parte do serviço de limpeza de monumentos e integram a tarifa mensal global paga às empresas", diz a prefeitura, em nota.

​Com cerca de 220 metros de comprimento, os arcos localizados na rua Jandaia, na Bela Vista, são um destaque na paisagem de quem trafega pela avenida 23 de Maio, no corredor norte-sul.

A estrutura foi alvo de polêmica nas duas últimas gestões municipais. Na administração do prefeito Fernando Haddad (PT, 2013-2016), foram autorizados grafites nos arcos. Em 2015, um deles repercutiu após críticas de que o desenho do rosto de um homem era uma homenagem ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

​​​

Ao assumir a prefeitura em 2017, João Doria mandou apagar os grafites, em meio a uma campanha antipichação que fazia parte do seu programa de zeladoria da cidade.

A medida contemplou também os muros grafitados da 23 de Maio, que foram pintados de cinza —​a tinta desbotou ou descascou em menos de três meses, revelando os grafites novamente. 

No caso dos arcos, foi retomada a cor original de sua estrutura. A construção original teria se iniciado em 1911, por operários italianos. O objetivo da estrutura era servir de contenção de uma encosta da rua Jandaia, para evitar deslizamentos na rua Assembleia.

Ela foi escondida entre sobrados e cortiços durante o boom demográfico em São Paulo, entre os anos 1930 e 1950, e reapareceram em 1987, quando o prefeito Jânio Quadros mandou demolir os imóveis para as obras da avenida 23 de Maio.

Segundo a gestão Bruno Covas, desde janeiro de 2017 até o início deste mês, a GCM realizou 160 detenções por pichação na cidade. Foram aplicadas, até março, 118 multas no valor total de R$ 645.063, com base na Lei nº 16.612, que visa combater as pichações no município, em vigor desde fevereiro de 2017.

Neste ano, foram apenas 11 autuações. Do total de multas, conforme a prefeitura, 12 tiveram o valor de R$ 10.000 por danificarem monumento público ou bem tombado. ​

 

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.