Descrição de chapéu Agora tragédia dos sem-teto

Galpão invadido pega fogo, e 3 crianças morrem na zona leste de SP

Vítimas seriam irmãs e teriam entre quatro anos e dois meses de idade

Carro dos bombeiros estacionado próximo a galpão que pegou fogo; três crianças morreram
Carro dos bombeiros estacionado próximo a galpão que pegou fogo; três crianças morreram - Jardiel Carvalho/Folhapress
São Paulo | Agora

Três crianças morreram, na noite desta sexta-feira (25), num incêndio em um galpão na região da Mooca, zona leste de São Paulo. O local estava invadido por sem-teto e, após a tragédia, foi interditado para ser avaliado pela Defesa Civil.

O incêndio começou por volta das 19h, na av. Alcântara Machado e mobilizou em torno de 20 viaturas dos Bombeiros. Os três irmãos tinham entre cinco anos e cinco meses de idade. A mãe, identificada apenas como Débora, ficou ferida e foi encaminhada ao hospital. O estado de saúde dela não foi informado. 

A balconista Rejane Gonzaga Leite, 41, afirmou que o fogo começou no barraco onde os três irmãos morreram carbonizados. “A mãe deles veio pedir um bife para mim. Aí, começaram a gritar que o barraco dela estava pegando fogo”, relatou a vizinha. Apenas ela e as crianças moravam no local. 

Segundo vizinhos, Débora estava de licença maternidade. Moradores da comunidade tentaram combater as chamas com baldes com água, mas sem sucesso. “Chegaram a arrombar a porta do barraco, mas já estava tudo tomado pelo fogo”, acrescentou Rejane.

Durante os trabalhos de combate às chamas, parte do teto chegou a desabar e acabou atingindo as crianças, o que teria dificultado o salvamento. Um dos bombeiros que trabalhavam no local também teve ferimentos leves e foi encaminhado ao hospital militar.

“O fogo teve origem nos fundos do galpão. Concentramos nossos esforços para ele não se alastrar”, explicou a capitã Paula Tavora Ferreira, que comandou o combate ao fogo. Segundo o relato de um dos bombeiros que entraram no local, os corpos das crianças foram encontrados abraçados.

Segundo a corporação, o galpão já foi uma indústria, mas hoje estava abandonado e contava com moradias improvisadas de forma precária.

O coordenador César Hernandes, da Assistência Social da prefeitura, informou que entre 40 e 50 famílias residem no local. “Até o momento, cadastramos 150 pessoas. Mas a tendência é que este número aumente.” Serão oferecidos aos desabrigados kit de higiene, colchões, cobertores e cestas básicas.

Pessoas aguardam na calçada após incêndio em galpão na zona leste de SP
Pessoas aguardam na calçada após incêndio em galpão na zona leste de SP - Jardiel Carvalho/Folhapress

OUTRO CASO

No último dia 1º, um prédio que também era invadido por sem-teto pegou fogo e desabou na região central de São Paulo. Mais de 400 pessoas moravam no local e, ao menos, sete pessoas morreram. Duas pessoas foram dadas como desaparecidas, mas não tiveram os restos mortais localizados. 

O incêndio ocorrido no início do mês teria sido provocado por um curto-circuito no quinto andar, e o desabamento atingiu parte de uma igreja, que precisou ser interditada, além de outros quatro prédios do entorno. 

Sem ter para onde ir, parte dos moradores acampam, em situação precária, no largo do Paissandu, desde então. Com cerca de 50 crianças entre os sem-teto no local, a Justiça Federal ordenou, na última quarta (23), que a prefeitura instale banheiros químicos. Outras demandas serão decididas em audiência marcada para 13 de junho. 

 
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