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Metas não saem do papel, e marginais têm camelôs na via e sinalização falha

Programa visava aumentar segurança e incluía aumento de velocidade, de 2017

Vendedores ambulantes se arriscam entre os carros na marginal Tiete
Vendedores ambulantes se arriscam entre os carros na marginal Tiete - Joel Silva - 02.mai.17/ Folhapress
Leonardo Fuhrmann
São Paulo | Agora

Ao anunciar o aumento das velocidades nas marginais Tietê e Pinheiros, o então prefeito João Doria (PSDB) afirmou que a proposta fazia parte do programa Marginal Segura, com uma série de medidas para melhorar a segurança no tráfego nas vias. A maioria das metas apresentadas em janeiro de 2017, no entanto, não saiu do papel. 

O aumento das velocidades era promessa da campanha de Doria à prefeitura. Os limites máximos nas pistas das marginais passaram de 50 km/h, 60 km/h e 70 km/h para, respectivamente, 60 km/h, 70 km/h e 90 km/h.

A retirada de camelôs das vias, de moradores de áreas de risco de atropelamentos, como os que vivem embaixo de pontes e viadutos, não foram feitos. Equipamentos como 45 painéis eletrônicos não foram instalados ou estavam desligados. O aumento no efetivo e no número de carros e motos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) também não foram percebidos.

Durante a reportagem, a reportagem encontrou oito carros quebrados nas vias e um acidente que interrompeu o trânsito na marginal Tietê. Nestes locais, não havia agentes nem viaturas da CET. Em um deles, um ciclista ajudava um motorista a empurrar um carro quebrado.

 

A criação dos chamados bike stops é uma das novidades que não saíram do papel. Esses espaços seriam paradas para ciclistas gratuitas, com paraciclos, áreas de manutenção, vestiários e chuveiros. 

Os três primeiros já tinham até locais escolhidos: dentro de áreas da CET na rua Sumidouro, em Pinheiros (zona oeste), na ponte do Tatuapé (marginal Tietê) e na ponte Ary Torres (marginal Pinheiros). Nenhum está funcionando.

OUTRO LADO

A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão Bruno Covas (PSDB), afirmou por meio de nota que “as questões pontuais levantadas pela reportagem serão verificadas e aprimoradas pela CET conforme necessidade”. A gestão afirmou ainda que está revisando o projeto das bike stops, “para atender outros pontos com infraestrutura cicloviária”. 

Disse ainda que a CET tem um efetivo de 268 agentes, distribuídos em quatro turnos (uma média de 75 por turno) e que 14 radares pistola são utilizados em forma de rodízio. 

A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social diz que realiza “abordagens diárias” nas marginais, mas as pessoas que permanecem no local não aceitam as propostas apresentadas de acolhimento. Já a Guarda Civil Metropolitana afirma que participa das ações “de combate ao comércio irregular” como apoio de agentes das subprefeituras.
 

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