Ao ouvir histórias do avô naturalista, Rodrigo Mondin Machado queria entender o papel dos seres humanos na natureza. O fotógrafo recifense, que se mudou ainda na infância para Porto Alegre, tinha o espírito aventureiro e solidário.
Baleia, como era conhecido na profissão, recebeu o apelido por acaso, nos anos 1990, quando fundou com amigos a ONG Gemars (Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul). Muitos achavam que era seu sobrenome.
Em mais de 20 anos dedicados à profissão, uniu suas duas paixões: fotografia e natureza. Fez fotos para empresas como a National Geographic, o Greenpeace e a Folha.
Até mesmo nos momentos de lazer era bucólico —saía com os amigos para velejar, fazia viagens para ver o amanhecer na praia.
Pai presente, não saía sem companhia da família. "Ou todos nós saíamos ou ninguém ia", conta a mulher, Caroline.
Tinha consigo o lema "fazer o bem sem olhar a quem". Ajudava de colegas de trabalho a passantes nas ruas.
Bem-humorado, arrancava sorrisos das pessoas com maestria. "Ele imitava indiano falando inglês e falava como um padre quando me ligava. Algumas brincadeiras eram até inoportunas, mas ajudavam a ter um bom clima de trabalho", relembra o amigo Raul Krebs.
Sonhava em ter uma vida itinerante, viajando pelas cidades do interior e conhecendo mais pessoas. Tinha um projeto de soluções em sustentabilidade para pequenas vilas e vilarejos na América Latina, mas não deu tempo de pô-lo em prática.
Morreu no dia 5, aos 46, após um infarto. Deixa a mulher, Caroline, a filha, a mãe e os três irmãos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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