Paulino Soares da Silva ganhou o apelido que levaria por toda a vida durante um show. O cantor Reginaldo Rossi estava apresentando a banda e, ops, como era mesmo o nome do baterista?
Largou um "Mr. Drums" e, pronto, nunca mais Paulino foi chamado por outro nome.
Na carreira de músico nos clubes e boates de São Paulo, Drums colecionou histórias.
Hilária foi a noite do seu primeiro show, em Pelotas (RS), onde nasceu. Como naquela época bateria completa só existia no Rio de Janeiro e em São Paulo, ele precisava improvisar o instrumento.
Acontece que, para que tudo ficasse em pé, era preciso usar arame. Só que Drums, na correria, deixou um pedacinho para fora.
Foi o suficiente para agarrar no vestido de um moça, que saiu arrastando bumbos e pratos pelo salão. Era a primeira vez que tocava profissionalmente, mas foi demitido na hora.
Anos depois, foi, todo serelepe, levar uma fã para conhecer Cauby Peixoto, com quem tinha tocado minutos antes. Crente que fazia um favor, abriu a porta do camarim e... Lá estava o cantor, mas sem a peruca! Foi despedido da banda, mais uma vez.
Nos seus 71 anos, Paulino viveu para duas coisas: fazer música e dar risada. É ponto pacífico entre família e amigos que a sua paixão pela bateria, bem como seu senso de humor irreparável, foram suas maiores marcas.
A única coisa que o fez perder o riso foi justamente a impossibilidade de tocar. Drums descobriu, há cerca de um ano, um problema grave nos pulmões. Já não tinha mais condições físicas de empunhar as baquetas.
Morreu no dia 21, em São Paulo. Deixou a esposa, Gafira, com quem viveu quase 30 anos. Também ficam os filhos, Alexandre, Cristiane, Luciane, Juliane e Mayara, e seus sete netos.
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