“Não se esqueça de sorrir” era uma das frases favoritas da modelo e influenciadora digital Nara Almeida. O mantra, escrito no espaço destinado a sua biografia numa rede social, também enfeitava, na forma de um quadro, o seu quarto.
O sorriso da jovem garota, bonita e carismática, nunca será esquecido pelos seus fãs, que sempre o exaltavam em comentários na internet.
Com mais de quatro milhões de seguidores no Instagram, Nara —apelido de Elianara— era tietada inclusive por famosos, como as atrizes Tatá Werneck e Larissa Manoela e o padre Fábio de Melo.
Ela nasceu em João Lisboa, interior do Maranhão, mas foi em São Paulo que despontou para a fama. Sem medo da cidade grande, chegou sozinha à capital paulista em 2016, já com contratos assinados e uma promissora carreira de modelo.
Criada sem os pais, não teve mágoas da mãe, que a entregou para a avó materna quando ainda era um bebê. As duas só se reencontraram em 2017.
Pelo ciclo natural da vida —nascer, crescer, envelhecer e morrer—, Nara não merecia estar aqui. Tinha 23 anos quando descobriu, em meados do ano passado, um agressivo tumor no estômago, que logo se alastrou.
A luta contra a doença, que a impedia de comer —Nara se alimentava apenas por meio de uma sonda ligada ao seu corpo pelas narinas—, era compartilhada publicamente com os fãs virtuais.
“As pessoas têm curiosidade de saber como é que funciona a vida de uma pessoa com câncer. E eu compartilho tudo que eu aprendo, inclusive as dificuldades. Isso vai ajudando os outros também”, disse à Folha em novembro.
Nara morreu nesta segunda (21), aos 24, depois de três meses internada. Um dos seus últimos desejos, doar as córneas, foi atendido pela família —os demais órgãos estavam comprometidos pela doença.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Veja os anúncios de missas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.