Descrição de chapéu Obituário Mario Barbará Dornelles (1954 - 2018)

Mortes: De coração gigante, mudou a cara da música gaúcha

Sua canção mais famosa, 'Desgarrados', é tida como um marco no Rio Grande do Sul

O músico gaúcho Mario Barbará, em foto de 2017, durante a gravação do DVD "Desgarrados"
O músico gaúcho Mario Barbará, em foto de 2017, durante a gravação do DVD "Desgarrados" - Eduardo Rocha/Divulgação
Flávia Faria
São Paulo

Mario Barbará Dornelles não tinha noção do tamanho da sua obra. Talvez lhe tenha passado despercebido o sucesso de suas canções mesmo entre aqueles que não eram grandes apreciadores da música regional gaúcha. 

Ou talvez fosse modesto ou ingênuo demais para se dar conta de que, dizem os entendidos, seu maior sucesso, "Desgarrados", foi um marco sem precedente na chamada música nativista. É que a Mario faltava a soberba, essa característica por vezes tão comum no mundo artístico. 

Sereno, ingênuo e generoso, falava o que vinha à cabeça, sem rodeios. Seus amigos dizem que nasceu sem a capacidade de contar uma mentirinha, por mais boba que fosse.

Mario começou a cantar em festivais porque tinha o sonho de gravar um LP. Venceu vários, mas o que o alçou ao sucesso foi o Califórnia da Canção Nativa, um dos mais importantes do Rio Grande do Sul. 


"Desgarrados", fruto de uma parceria com Sérgio Napp, virou hit no anos 1980. Mesmo os mais jovens, que costumavam torcer o nariz para as canções tradicionais, se renderam aos seus versos.

Natural da cidade de São Borja, no interior do Rio Grande do Sul, Mario teve a mãe, dona Beti, como grande incentivadora da carreira musical. Os dois tocavam piano —ela lia as partituras, ele era músico de ouvido.

Na hora de escrever, compunha de tudo. Além das canções nativistas, fazia fado, samba, milonga, tango e blues. Tinha ainda outras duas grandes paixões: o Grêmio e o tênis.

Morreu no dia 2, aos 63 anos, em Porto Alegre. Foi vítima de um câncer no fígado. Deixa a esposa, Jaqueline, os filhos, Daniela e Carlos Eduardo, dois netos e os irmãos Ildefonso e Maria de Lourdes.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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