Descrição de chapéu Obituário Luís Fernando Mota Pinto (1949 - 2018)

Mortes: Seu Zoom zoom, humorado ícone da noite maranhense

Apresentou o programa de TV 'Zoom Zoom Noturno' por mais de 30 anos

Luís Fernando Mota Pinto, que apresentou o programa Zoom Zoom Noturno por mais de 30 anos
Luís Fernando Mota Pinto, que apresentou o programa Zoom Zoom Noturno por mais de 30 anos - Reprodução/ O Imparcial
Fernanda Pereira Neves
São Paulo

Era só dar uma caminhada pelas ruas de São Luís, no Maranhão, que Luís Fernando Mota Pinto virava atração. “Seu Zoom zoom, seu Zoom zoom”, diziam os fãs na tentativa de chamar a atenção do passante, que respondia com sorrisos, acenos e, as vezes, até uma prosa casual.

O apelido fazia referência ao “Zoom Zoom Noturno”, programa criado por Luís Fernando no início dos anos 1980, na extinta TV Ribamar, e ainda hoje no ar, na TV Guará. “Manteve o mesmo formato, a mesma música. O que mudou foi só que a tecnologia melhorou”, conta a filha, Maura.

Pioneiro, o programa mostrava a vida noturna de São Luís. Bares, músicas e pessoas influentes da sociedade local, com um quê de Amaury Jr., brinca a filha. Um bloco, no entanto, era mais polêmico e também o mais aguardado pela garotada, numa época pré-internet: o striptease. 

“Fizeram uma pesquisa, não sei quem foi que fez, que apontou que ‘Zoom Zoom’ foi o causador de 5.000 e poucas separações e não sei quantas mil brigas”, afirmou Luís Fernando em meio a gargalhadas em entrevista recente, a mesma risada que respondia às buzinas e cumprimentos.

Além do sorriso insistente, o maranhense de São Luís, abusava da simplicidade e do otimismo para falar com o seu público. Mesmo no programa dizia frases como “levante sempre com o pé direito” e “respeite seu semelhante”. E enumerava uma lista de agradecimentos, citando cada um dos filhos e a neta, Débora. 

Foram 34 anos de programa, com exceção de um período de recesso, no início dos anos 2010, por conta de problemas de saúde. O retorno aconteceu em 2015 e, desde então, Luís Fernando se dividia entre gravações e pesquisas para o programa semanal. Era o movimento na Litorânea, as novidades do bar do Nelson, o turismo no centro histórico.

Nem o problema cardíaco identificado há alguns anos o fazia parar. Decidiu não correr o risco da cirurgia e disse que viveria até quando Deus quisesse e que não deixaria de brincar até esse dia chegar. 

E foi desse jeito que Luís Fernando viveu: brincando. Brincou até a última quinta-feira (24), quando morreu, aos 69 anos, em decorrência de um infarto fulminante. Deixa a mulher, Maria de Fátima, os quatro filhos e uma neta. 

coluna.obituário@grupofolha.com.br


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