Descrição de chapéu Obituário Marcelo Muniz (1957 - 2018)

Multi-instrumentista, fez sucesso na Floripa dos anos 1980

Participou de projetos com comunidades locais, deu aulas e compôs canções

Marcelo Muniz toca violão
Marcelo Muniz em show - Reprodução Facebook
 
Flávia Faria
São Paulo

Quando a irmã, a coreógrafa Zilá, pediu-lhe que fizesse a trilha sonora do seu novo espetáculo, o músico Marcelo Muniz avisou que improvisaria. Chegou no estúdio, sentou-se ao piano e tocou, durante uma hora e sem nenhuma preparação prévia. Estava pronta a composição.

A veia para a música foi descoberta cedo. Criança, aprendeu a tocar piano. Logo depois descobriu o violão. Também tocava baixo, bandolim e orocongo, instrumento feito a partir da cabaça. Nasceu em Lages (SC), mas viveu a maior parte do tempo em Florianópolis. Adolescente, organizava no bairro a festa de boi de mamão, espécie de versão local do boi-bumbá.

As manifestações populares guiaram sua trajetória. Durante toda a vida, fez da música tradicional catarinense seu objeto de pesquisa. Participou de projetos educativos com comunidades locais, deu aulas em escolas, compôs diversas canções.

Era mais conhecido na ilha por ter integrado o Grupo Engenho, formado em 1979. Músicas com forte apelo à cultura popular de Santa Catarina são a marca da banda, que se desfez em 1984. Os músicos voltaram a tocar há cerca de cinco anos, com Marcelo mais uma vez assumindo o baixo.

Sempre piadista, perdeu o riso quando morreu sua única filha, Andiara, aos 28. A moça foi vítima de um acidente de carro há oito anos.

Pouco depois, Marcelo descobriu um problema grave nos rins. Morreu no dia 13 de abril, em Florianópolis, aos 60 anos. Após dias internado pela condição renal, sofreu um AVC. Deixa nove irmãos.

Seu corpo foi enterrado ao lado do de Andiara. Um último álbum seu, recém-gravado, será lançado postumamente pela família.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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