Descrição de chapéu tragédia dos sem-teto

Polícia confirma DNA dos gêmeos de 10 anos em prédio que desabou em SP

Wender e Welder estavam no edifício com a mãe, a catadora de recicláveis Selma de Almeida

São Paulo | UOL

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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou, neste sábado (12), a identificação de mais duas vítimas do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo.

Exames do Instituto Médico Legal apontaram que ossadas encontradas nesta semana pertencem aos gêmeos Wender e Welder, de 10 anos, que estavam no prédio com a mãe, a catadora de recicláveis Selma de Almeida, 40.

Além deles, já foram identificados Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro e Francisco Lemos Dantas. A mãe dos gêmeos e mais três pessoas continuam desaparecidas.

"Os bombeiros não descartam que os dados como desaparecidos não estivessem no prédio", afirma o porta-voz da corporação, tenente Guilherme Derrite. Segundo ele, as chances de sobreviventes são praticamente inexistentes. 

O prédio Wilton Paes de Almeida desabou após um incêndio, no dia 1º de maio. O Corpo de Bombeiros continua neste sábado (12) o trabalho de escavação dos escombros do edifício e informou ter encontrado mais restos mortais no começo da tarde. Uma vértebra e outro fragmento de osso não identificado foram enviados para perícia.

 

Na manhã deste sábado, os bombeiros drenaram a água que inundou o segundo subsolo do prédio por meio de bombas mecânicas. Também retiraram veículos dos escombros. Derrite afirma que é provável que as buscas se encerrem neste domingo (13).

Com 11 dias de buscas ininterruptas, os bombeiros já descartaram a possibilidade de achar algum sobrevivente sob os escombros. A realidade por lá é desanimadora, afirmou mais cedo o tenente Guilherme Derrite. “Encontramos as lajes muito compactadas, o que diminui a zero qualquer chance de sobrevivência.”

CURTO-CIRCUITO

Na semana passada, a polícia disse que, após ouvir uma testemunha, concluiu que um curto-circuito no quinto andar, provocado por excesso de aparelhos ligados em uma tomada, foi a causa do fogo no prédio.

Reportagem da Folha desta quarta-feira (9) relevou que ​o combate às chamas no prédio foi dificultado pela falta de água em hidrantes da região central. Isso obrigou os bombeiros a adotarem uma espécie de racionamento no auge do combate ao incêndio, com a redução da potência de jatos das mangueiras.

A economia forçada de água ocorreu em uma estratégia para que as mangueiras não ficassem completamente secas enquanto os caminhões-pipa da corporação se revezavam em ação de apoio à operação. O prédio invadido pelos sem-teto tinha muito material inflamável, como papelão e madeira, e a retirada dos elevadores transformou os buracos em verdadeiras chaminés, que jogavam o calor para os andares superiores do prédio.

O desabamento provocou ainda a interdição de cinco imóveis em seu entorno, sendo quatro prédios e a igreja. Segundo a Defesa Civil, todos os bloqueios são totais e não há previsão de liberação. Não foi encontrado risco iminente de colapso em nenhum deles, mas eles seguem monitorados pelo órgão.

Um desses imóveis é o edifício Caracu, localizado na rua Antônio de Godói, que foi liberado para a entrada de moradores pela primeira vez na última sexta-feira (4). As pessoas puderam retirar pertences pessoais, como documentos e medicamentos, mas não puderam permanecer no local. 

Também estão interditados a igreja, no número 34 da av. Rio Branco; um prédio, no largo do Paissandu, 132; e um edifício estreito da Antônio de Godói, que ficou com marcas das chamas em sua fachada. Essa última construção conta como duas interdições por ter duas numerações (8 e 26).

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