Descrição de chapéu tragédia dos sem-teto

Prefeitura não pode ser acusada por incêndio em prédio, diz Bruno Covas

Grande incêndio causou o desabamento de edifício no centro de São Paulo

O prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmou que a Prefeitura de São Paulo fez tudo que estava ao seu alcance em relação ao prédio que desabou após incêndio na madrugada desta terça-feira (1º​) e que os moradores foram informados dos riscos. 

"A prefeitura não pode ser acusada de se furtar à responsabilidade [de dar assistência aos moradores do prédio]", disse. "Só neste ano, desde fevereiro, fizemos seis reuniões com os moradores. O núcleo de intermediação com áreas invadidas fez seis reuniões com eles alertando destes riscos". 

A prefeitura disse também que estava em tratativas com a União, dona do edifício, para assumir a responsabilidade pelo prédio.

O prefeito Bruno Covas, em vistorias ao local do desabamento de um prédio de 24 andares, no centro de SP
O prefeito Bruno Covas, em vistorias ao local do desabamento de um prédio de 24 andares, no centro de SP - Folhapress

Sobre a posse do prédio, o Ministério do Planejamento disse que ele havia sido temporariamente cedido à Prefeitura de São Paulo em 2017. O objetivo, segundo o governo federal, era o de servir de sede para a secretaria paulistana de educação. 

Moradores do prédio que desabou afirmam que o incêndio começou por volta da 1h30 após uma explosão no quinto andar. Eles desconfiam que se trate de um botijão de gás. Após a explosão, houve fogo e fumaça pelo prédio. 

O grande incêndio atingiu também outros prédios no largo do Paissandu.

MÁRCIO FRANÇA

Mais cedo, ainda durante a madrugada,  o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), disse que as famílias desabrigadas serão cadastradas e levadas para abrigos, e também podem se candidatar a receber aluguel social para procurarem um novo lugar para viver. Ele também chamou o caso de "tragédia anunciada".

"Não tem a menor condição de morar lá dentro. As pessoas habitam ali, desesperadas. Volto a repetir que essa era uma tragédia anunciada", continuou.

França também citou dificuldade em desocupar prédios por conta de liminares.

"Essa subhabitação não tem solução, essas pessoas precisam ser tiradas daí. É preciso boa vontade e compreensão do Ministério Público e da magistratura para não dar liminares. Porque, quando dão liminares, as pessoas vão ficando lá e quando acontece uma tragédia dessas todo mundo fica triste. Vamos torcer para que tenha alguém ainda vivo ali embaixo."

Artur Rodrigues

Repórter desde 2014 da editoria Cotidiano, da Folha, especializado em cobrir a administração municipal

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.