Passadas mais de 48 horas do incêndio seguido de desabamento do antigo prédio da Polícia Federal, no centro de São Paulo, o Corpo de Bombeiros considera muito improvável encontrar pessoas ainda com vida sob os escombros.
"Não digo impossível porque sempre há esperança, mas é muito improvável. São condições incompatíveis com a vida", disse o capitão Robson Mitsuo.
O desabamento em si, a temperatura de mais de 600ºC, e o tempo passado desde o início do acidente foram determinantes para os bombeiros intensificarem, a partir de agora, a remoção dos escombros com o uso de maquinário pesado.
A equipe de resgate chegou a considerar a possibilidade de haver bolsões vitais no subsolo do edifício, mas ela foi descartada após buscas por meio de um acesso aberto a partir do prédio vizinho ao desmoronamento.
Os bombeiros também prosseguem resfriando a estrutura, que ainda apresenta focos de incêndio, além da atenção visual à presença de possíveis vítimas. "A qualquer sinal, as máquinas vão parar e serão feitas buscas manuais e com cães farejadores", completa Mitsuo.
Cerca de 78 agentes e diversas viaturas, incluindo retroescavadora, trator e martelete permanecem na área do desmoronamento, realizando trabalhos em três frentes: busca e salvamento, rescaldo do incêndio e liberação de via. Os escombros somam cinco andares de altura.
O prazo de 48 horas segue um protocolo estabelecido internacionalmente para buscas. Os bombeiros dizem que até uma semana depois é possível encontrar possíveis sobreviventes, mas a possibilidade é drasticamente reduzida após o prazo protocolar.
O outro prédio atingido parcialmente pelo incêndio segue sob monitoramento, por meio de detectores de tremor que acusam qualquer sinal de movimento na estrutura.
A Prefeitura de São Paulo trabalha com o número de quatro desaparecidos: Ricardo, conhecido como "Tatuagem", e uma mãe, Selma, e seus dois filhos gêmeos.
NA PRAÇA
No largo do Paissandu, a cerca de 200 metros do acidente, dezenas de pessoas que moravam na ocupação continuavam acampadas ao longo da madrugada.
Movimentos populares e religiosos estiveram presentes na noite desta quarta (2) na praça para entregar doações aos acampados, entre roupas e alimentos prontos para consumo, como sopas.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.