Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Rio tem 50 PMs mortos neste ano; mais de 70% não estava em serviço

Apenas na quarta-feira (16), foram dois PMs e um agente penitenciário mortos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Militares fazem patrulhamento na favela da Rocinha, no Rio
Militares fazem patrulhamento na favela da Rocinha, no Rio - Mauro Pimentel - 26.mar.18/ AFP
Marcela Lemos
Rio de Janeiro | UOL

Chegou a 50 o número de policiais mortos no estado do Rio de Janeiro neste ano. O último caso ocorreu na noite desta quarta-feira (16) quando o cabo da PM Rafael Silva Estevão, 34, foi baleado em uma tentativa de assalto, em Botafogo, zona sul da capital. 

O crime aconteceu por volta das 20h40, na rua 19 de Fevereiro. O policial estava na corporação desde 2012 e era lotado no Centro de Controle Operacional da PM. Ele foi surpreendido por criminosos quando saía do carro e acabou atingido com um tiro nas costas e morreu no local. 

No ano passado, 134 policiais perderam a vida em decorrência da violência no Rio.

Levantamento feito pelo UOL mostra que de janeiro a maio do ano passado, 71 PMs haviam sido assassinados --em relação ao total de PMs mortos neste ano, a queda é de 30%. Contudo, a média de policiais militares assassinados em 2018 (10 por mês) se mantém estável em relação a todo ano passado (11 por mês).

A PM informou nesta quinta que, dos 50 agentes mortos neste ano, 32 estavam de folga, 13 em serviço e outros cinco eram policiais reformados e/ou da reserva --74% deles não estavam em serviço. No ano passado, reportagem do UOL mostrou que 4 em cada 10 policiais assassinados reagiram ou foram vítimas de assalto no Rio.

Procurados, a Polícia Militar e o GIF (Gabinete de Intervenção Federal) ainda não comentaram os números e os recentes casos de violência.

Na manhã desta quinta (17), um sargento do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PM também foi baleado. O caso ocorreu no bairro do Catete, na zona sul do Rio. Alessandro de Souza Pimenta foi abordado por um homem quando passava pela rua do Catete. Houve troca de tiros, e o PM acabou sendo atingido por ao menos três disparos. 

Ele foi levado para Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Ainda não há informações sobre seu estado de saúde.

24 HORAS

Antes de Rafael ser morto no bairro de Botafogo foi a vez do sargento da PM Robert Nogueira de Almeida, 42. Ele também morreu após ser abordado por bandidos no bairro de Cascadura (zona norte), na manhã de quarta, wuando estava a caminho do trabalho. Os bandidos atiraram em Robert ao perceber que ele era policial e fugiram.

No mesmo dia, outra tentativa de assalto com morte ocorreu em São João de Meriti, na Baixada. Dessa vez, o agente penitenciário Alex Almeida perdeu a vida ao ter o veículo onde estava com outras três pessoas, abordado por quatro assaltantes.

O caso ocorreu na avenida do Comércio. Segundo a PM, Alex teria reagido e houve troca de tiros. O agente foi socorrido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da região, mas morreu. Ninguém foi preso.

SEGURANÇA

O Rio de Janeiro passa por uma grave crise política e econômica, com reflexos diretos na segurança pública. Desde junho de 2016, o estado está em situação de calamidade pública e conta com o auxílio das Forças Armadas desde setembro do ano passado. 

Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem combustível para o carro das corporações. Faltam equipamentos como coletes e munição.

Desde 16 de fevereiro, o estado passa por uma intervenção na segurança pública. Nomeado pelo presidente Michel Temer, o interventor o general do Exército Walter Braga Netto apontou como um dos seus principais objetivos recuperar a capacidade operacional da PM.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.