Segunda cirurgia de meninas unidas pela cabeça é bem-sucedida

Irmãs foram operadas no HC de Ribeirão e respondem bem ao procedimento

Marcelo Toledo
Ribeirão Preto (SP)

A segunda das quatro cirurgias necessárias para separar as duas meninas que nasceram unidas pela cabeça em 2016 foi concluída de forma satisfatória no final de semana em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

O procedimento cirúrgico, que durou oito horas, foi realizado sábado (19) no Hospital das Clínicas de Ribeirão. De acordo com o hospital, as irmãs Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de 1 ano e 9 meses, estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica do HC e respondendo bem ao pós-operatório.

Para a separação total das meninas, ainda serão necessárias mais duas cirurgias. O primeiro procedimento foi realizado no dia 17 de fevereiro, com sucesso. A Folha revelou, em janeiro, que o HC de Ribeirão, após um ano de exaustivo planejamento, realizaria o procedimento, um dos mais complexos que já ocorreram no país.

Casos de craniópagos, que nascem unidos pela cabeça, são raríssimos: ocorrem em uma proporção de 0,6 por milhão de nascimentos. 

PREPARAÇÃO

Antes da primeira cirurgia, o crânio e o cérebro das duas irmãs foram reconstruídos de forma tridimensional.

Em cada uma das cirurgias, uma parte do crânio será aberta. Veias e partes sobrepostas de uma área dos cérebros serão separadas. Na última cirurgia, a mais complexa, serão separadas as veias, o cérebro e o osso das meninas. A cabeça de cada uma delas será reconstruída --o crânio e a pele.

O procedimento mobilizará equipes de neurocirurgia, cirurgia plástica, anestesistas, neurorradiologistas, pediatras e intensivistas. Tudo em dobro, pois serão duas na mesa de operação. O valor de uma cirurgia como essa é calculado em US$ 2,5 milhões (R$ 9,35 milhões) na rede privada dos EUA. Na rede pública, como é o caso das meninas, o custo é bem menor.

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