Descrição de chapéu tragédia dos sem-teto

Temer é hostilizado e deixa às pressas local de desabamento em SP

Presidente ficou poucos minutos no largo do Paissandu onde prédio desabou após incêndio

São Paulo

​O presidente Michel Temer (MDB) foi ao largo do Paissandu, no centro de São Paulo, onde um prédio ocupado por movimento de sem-teto desabou nesta terça-feira (1º). Hostilizado, deixou o local rapidamente. 

O presidente Michel Temer foi hostilizado e deixa às pressas local de desabamento em SP
O presidente Michel Temer foi hostilizado e deixa às pressas local de desabamento em SP - Artur Rodrigues/Folhapress

O carro em que estava o presidente foi chutado e atingido por objetos arremessados por moradores. Ele deixou o local às pressas. "Não poderia deixar de vir, sem embargo dessas manifestações, afinal estava em São Paulo e ficaria muito mal não comparecer", disse Temer, sob gritos de golpista. 

Segundo o presidente, as cerca de 150 famílias que moravam no prédio receberão ajuda ."Serão tomadas providências para dar assistência não só àqueles que perderam seus entes queridos mas também a quem perdeu sua residência", afirmou ele, que ficou cerca de cinco minutos no local. 

Na saída dos dois carros da comitiva do presidente, uma jornalista chegou ser prensada entre os veículos. Ela, porém, não se machucou.

Ainda durante a madrugada, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), foi ao local e disse que as famílias desabrigadas serão cadastradas e levadas para abrigos, e que também poderão se candidatar a receber aluguel social para procurarem um novo lugar para viver.

Ele também chamou o caso de "tragédia anunciada".

"Não tem a menor condição de morar lá dentro. As pessoas habitam ali, desesperadas. Volto a repetir que essa era uma tragédia anunciada", continuou.

De acordo com o governador, são pelo menos 150 imóveis ocupados irregularmente no centro de São Paulo, a maioria deles de particulares.

França também citou dificuldade em desocupar prédios por conta de liminares.

"Essa subhabitação não tem solução, essas pessoas precisam ser tiradas daí. É preciso boa vontade e compreensão do Ministério Público e da magistratura para não dar liminares, porque quando dão liminares as pessoas vão ficando lá e quando acontece uma tragédia dessas todo mundo fica triste. Vamos torcer para que tenha alguém ainda vivo ali embaixo".

Durante a manhã, o prefeito Bruno Covas disse à imprensa que já estava em tratativas com a União para tomar conta do lugar. "A prefeitura agiu no limite de sua função. Cadastramos as famílias e já estávamos buscando receber esse prédio." Sobre a posse do prédio, o Ministério do Planejamento disse que ele havia sido temporariamente cedido à Prefeitura de São Paulo em 2017. O objetivo, segundo o governo federal, era o de servir de sede para a secretaria paulistana de educação. 

Bruno Covas disse ainda que agora a prioridade é prestar auxílio aos atingidos. Segundo ele, 191 pessoas foram atendidas nos abrigos da capital.

Cerca de 150 famílias que moravam no prédio que caiu foram cadastradas pela secretaria de habitação. Destas, 10% eram de estrangeiros.

Bruno Covas não soube dizer quantos prédios estão invadidos na capital. "Sabemos que oito prédios do entorno estão na mesma situação deste que pegou fogo", afirmou o prefeito.

planalto

Depois de o presidente Michel Temer ter sido hostilizado ao visitar o local onde um prédio desabou no centro de São Paulo, o Palácio do Planalto divulgou uma nota dizendo que o presidente foi até lá “para comunicar que o governo federal está tomando providências”.

Em passagem relâmpago devido aos protestos, Temer determinou que o ministro da Integração, Antonio de Pádua, atuasse no local em conjunto com os governos do estado e da cidade de São Paulo. 

“Estamos todos consternados. O governo federal não medirá esforços para minorar os impactos disso e o sofrimento dessas pessoas”, disse o ministro por meio de nota.

Temer esteve na manhã desta terça no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, onde um prédio ocupado por movimento de sem-teto desabou na madrugada. Hostilizado, ele deixou o local rapidamente. 

O carro em que estava o presidente foi chutado e atingido por objetos arremessados por moradores e deixou o local às pressas. "Não poderia deixar de vir, sem embargo dessas manifestações, a final estava em São Paulo e ficaria muito mal não comparecer", disse Temer, sob gritos de golpista. 

 

Colaborou Talita Fernandes

Artur Rodrigues, Dhiego Maia , Rodrigo Borges Delfim e Júlia Zaremba
Fabrício Lobel
Dhiego Maia
Artur Rodrigues

Repórter desde 2014 da editoria Cotidiano, da Folha, especializado em cobrir a administração municipal

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