Descrição de chapéu Agora trânsito

Bilhete Único muda regra em SP e exigirá cadastro de todos os usuários

Mudança entrou em vigor sem aviso prévio da gestão Bruno Covas (PSDB)

Jéssica Lima
São Paulo | Agora

A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Bruno Covas (PSDB), mudou as regras para compra o Bilhete Único sem nome e foto do passageiro, conhecido como anônimo. Antes, não era necessário que o passageiro se cadastrasse. Agora, o cartão continua sem nome e foto, mas é preciso apresentar um documento de identificação e o CPF na hora da compra.

Usuários formam fila nos guichês da SPTrans, no Terminal Dom Pedro, na região central de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

A mudança entrou em vigor nesta quinta (7) sem aviso prévio. O objetivo, de acordo com a gestão Covas, é combater as fraudes no cartão. A prefeitura afirma que desde o ano passado já cancelou e apreendeu mais de 650 mil cartões por fraude. Neste ano, diz a administração, mais de mil pessoas foram indiciadas pela polícia por irregularidades com cartões.

Os fraudadores aproveitavam o bilhete sem cadastro para ter vários cartões e, assim, agir principalmente no golpe da ‘janelinha’. Agora, com o CPF cadastrado, o passageiro só pode ter um cartão. Atualmente, diz a prefeitura, dois terços dos 58 milhões de Bilhetes Únicos emitidos são anônimos.

Quem comprou e usa um bilhete anônimo sem cadastro não precisa se preocupar. O cartão continua valendo, e recebe, como antes da mudança, apenas recarga do tipo comum. O valor de compra é o mesmo: R$ 24, com direito a usar R$ 20 de crédito. Uma das vantagens com o cadastro do bilhete anônimo é que, se o passageiro perder o cartão, poderá bloqueá-lo e resgatar os créditos, o que não era possível antes.

Na fila de um posto no Terminal Vila Nova Cachoeirinha (zona norte), a babá Adriana Rodrigues, 45 anos, aprovou a medida. “Vai ser bom para o caso de perder ou roubarem o bilhete, que vai para bloquear e reaver os créditos que já estavam nele”, disse.

Já a dona de casa Juliana Farias, 31 anos, acha que vai ocorrer uma limitação. “Se eu sair com a minha sobrinha, ela não tiver o cartão e eu não tiver outro para emprestar, vamos perder a integração. Ela vai ter que pagar duas passagens”, reclamou.

O Agora visitou ontem os terminais Bandeira, Parque Dom Pedro e Estação Mercado (no centro), além do Terminal Vila Nova Cachoeirinha (zona norte) e constatou que o Bilhete Único anônimo estava em falta até anteontem.

“Tinha acabado e ficou alguns dias sem, mas chegou uma nova remessa hoje [ontem]”, explicou um atendente da SPTrans. A dona de casa Juliana Farias, 31 anos, contou que sua mãe foi ao Terminal Santana (zona norte) anteontem e também não encontrou o bilhete lá.

Dos quatro terminais, apenas no Parque Dom Pedro havia uma atendente fora dos guichês para esclarecer dúvidas. Nos demais era necessário ficar na fila.

Além do bilhete anônimo, os passageiros podem fazer o cartão personalizado, que tem nome e foto do usuário. A emissão desse bilhete é gratuita, diz a prefeitura.

Para obtê-lo, é preciso fazer o cadastro pelo site da SPTrans (bilheteunico.sptrans.com.br) e retirar o cartão em um dos postos. Diferente do anônimo, a recarga deste cartão pode ser feita nos tipos comum, estudante, vale-transporte e mensal.

Ao fazer o cadastro, o passageiro tem de mandar, pelo site uma foto 3x4. Se não conseguir, pode levá-la a um posto quando for retirar o bilhete. Assim como no novo anônimo, o passageiro consegue recuperar os créditos se perder o cartão.​
 

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