A cidade de Araçariguama (53 km de SP) vive um clima de insegurança desde que a jovem Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, 12 anos, foi raptada, no último dia 8, e depois encontrada morta, oito dias depois.
Uma amiga que estudava junto com Vitória na Escola Adventista, no Bairro Jardim Brasil, afirmou que “o clima está tenso”. “Tenho a mesma idade que a Vitória. Depois que ela sumiu, meus pais me alertaram para não conversar com estranhos, para eu ir da aula direto para casa e para eu nunca andar sozinha”.
A escola onde Vitória estudava decretou luto e cancelou as aulas na segunda-feira (18). As atividades foram retomadas na terça, somente para as turmas da tarde, e voltariam à normalidade nesta quarta (20).
O segurança Daniel Luz Rivas, 40 anos, faz rondas durante o dia na praça Albertino de Castro Prestes, no centro. Afirmou que “caiu” o número de jovens que frequentam o local após a morte de Vitória. “De tarde aqui ficava cheio de jovens. Agora é um ou outro que vem pra cá.”
Ele tem dois filhos, uma menina de 13 e um garoto de 6 anos, e os orientou a não falar com estranhos. “Melhor prevenir, não é?”
A reportagem apurou que, além de Vitória, outras três pessoas morreram de forma violenta no município neste ano —um deles em assalto a carro-forte. Segundo dados da SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública), Araçariguama teve três assassinatos em todo o ano passado.
A professora Rosana Maciel Guimarães, 39 anos, mãe de Vitória, afirmou que a cidade precisa de mais câmeras de monitoramento “para que não façam com mais jovens o que fizeram com Vitória”. A prefeitura de Araçariguama, gestão Lili Aymar (PV), diz que atualmente 12 câmeras, instaladas em prédios públicos, monitoram a região.
Acrescentou que abriu licitação, em 15 de maio, para a instalação de 77 câmeras. Cinco empresas concorrem e o resultado do processo sairá em 5 de julho. O investimento é de R$1,3 milhão.
A polícia pediu nesta terça (19) a renovação da prisão temporária do servente de pedreiro Julio Cesar Lima Ergesse, de 24 anos. Ele é o único investigado preso por conta da morte de Vitória.
Ergesse está preso desde sexta-feira, em cumprimento a um mandado de prisão de cinco dias. Com a renovação, ficará mais 30 dias à disposição da Policial Civil.
Ele confessou em um primeiro momento ter participado do rapto de Vitória, junto com um casal, em um carro preto. Porém, voltou atrás e contou oito versões.
O homem e a mulher citados foram ouvidos semana passada, mas foram soltos após a polícia não encontrar provas no veículo deles. Voltaram na segunda ao DP, onde a polícia coletou as digitais de ambos, e ao IML, para ceder material genético.
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