O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), disse nesta sexta-feira (15) que decidiu revogar a venda do serviço de certificação que utilizava dados sigilosos do RG porque a discussão sobre o tema não valia a pena para o governo, inclusive financeiramente. Ele participava do anúncio da aliança com o PP para a sua candidatura à reeleição.
Segundo França, o objetivo da medida adotada pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), de quem era vice, era trazer mais recursos para o caixa da Imprensa Oficial.
Na quarta (13), a Folha revelou que o governo começou a oferecer um serviço de certificação que usava informações sigilosas do RG, incluindo as digitais, de cerca de 30 milhões de pessoas.
As empresas interessadas, mediante a compra de pacote de acessos, poderiam confirmar se a impressão digital de alguém consta do banco de dados da polícia paulista.
Como não houve contratantes interessados, disse França, o governo decidiu voltar atrás. "Não é um assunto central para o governo", afirmou o pessebista. "Não valia pena a discussão. Criou a sensação de que a gente quer bisbilhotar a vida dos outros."
Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil e o Instituto de Defesa do Consumidor criticaram o serviço. Para eles, a lei não prevê que qualquer empresa, mesmo uma estatal, possa comercializar um serviço baseado em informações da polícia.
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