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Pai com filho no colo se fere ao fugir de prédio em chamas em SP

Edifício na região da Liberdade, no centro, pegou fogo na tarde deste domingo

São Paulo | Agora

Um homem sofreu traumatismo craniano e uma fratura na clavícula ao sair com o filho, um bebê de colo, de um prédio que pegava fogo neste domingo (10), na Liberdade, região central da capital paulista. A criança teve escoriações leves e outras noves vítimas sofreram intoxicação pela fumaça.

O incêndio começou por volta das 15h em um apartamento no segundo andar do edifício, na rua Oscar Cintra Gordinho. No nono andar, moradores fizeram uma abertura na parede para chegar ao prédio vizinho. Foi quando Luis Vanderlei, pai da criança, se feriu.

“Fomos pela casa de máquinas dos elevadores e conseguimos chegar ao edifício do lado. O rapaz estava com o bebê, pisou em uma telha, se desequilibrou e caiu de uma altura de mais ou menos dois metros. Ele bateu a cabeça, mas estava consciente”, disse o porteiro Fabio Soares, 40 anos.

Os bombeiros chegaram a dizer que o homem havia pulado de uma janela com o bebê para fugir do incêndio.

Vanderlei foi levado para a Santa Casa. À noite, a cunhada dele, Elineuda Bezerra, 33 anos, que é moradora do prédio, disse que o quadro de Vanderlei era estável.

Segundo Elineuda, Vanderlei, a mulher e o filho faziam uma visita na casa dela. “De repente, ouvimos as pessoas gritando. Foi tamanho desespero que nos desencontramos”, disse.

A porteira Girlei Aurea Alves, 48 anos, diz que o apartamento onde o fogo começou estava vazio, e a fumaça se alastrou rapidamente.

"As pessoas que estavam na praça em frente ao prédio foram as primeiras a perceber o que estava ocorrendo. Avisei todos os moradores pelo interfone e quem passava na rua gritava. Parte dos moradores saiu pelas escadas, mas outra tentou passar para o prédio do lado, pois, por causa da fumaça, a impressão era de que o incêndio era mais grave”, disse Girlei. ​

Incêndio no largo do Paissandu

Há pouco mais de um mês, no dia 1º de maio, outro incêndio atingiu prédio na região central da capital paulista e deixou ao menos sete mortos.

O fogo fez o edifício de 26 andares Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, desabar. Ele era ocupado pelo movimento LMD (Luta por Moradia Digna) e abrigava 146 famílias, com 372 pessoas.

O incêndio também atingiu outros prédios do entorno —​cinco foram interditados. Entre eles a Igreja Martin Luther, que teve 80% da estrutura destruída.

Cerca de 30 famílias desalojadas pela tragédia continuam acampadas a poucos metros do local. Eles se recusam a ir para abrigos oferecidos pela prefeitura e exigem serem contemplados com uma moradia.

Os moradores do edifício destruído pelo fogo afirmam que o auxílio-moradia, oferecido por estado e prefeitura e com parcelas mensais de R$ 400, é apenas um paliativo e não resolve o problema de não ter uma moradia fixa.

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