Paulo Lobato entendia muito bem quando se tratava do lado biológico da vida, seja como professor de ciências ou enfermeiro.
Nascido em Barcarena, na região de Belém do Pará, mudou-se para a capital do estado mais ao norte, o Amapá.
O garoto do interior, que trabalhara com produção de sapatos, cresceu e dedicou mais de 40 anos de sua vida entre compartilhar o saber lecionando aulas em escolas públicas e particulares, e trabalhar em hospitais.
Conheceu a mulher, Maria Idália, que lecionava geografia e também foi sua professora nos anos 1950.
Paulo era alegre e buscava sempre reunir os amigos em uma mesa farta com vinhos de boa qualidade, lembra a amiga Alcinéa Cavalcante, a quem tinha como filha.
Mesmo depois de aposentado, continuou em atividade. Além de prestar serviços voluntários, na Cruz Vermelha e Associação dos Aposentados, gostava de passear com a mulher pela cidade, viajar pelo país e também navegar pela internet.
Católico fervoroso, Paulo não perdia as missas dominicais com a companheira, chegando a ser ministro da eucaristia em duas igrejas.
Quando o assunto era música e cinema, tinha um gosto bastante apurado. Nas horas de folga, costumava ouvir MPB e assistir filmes, principalmente os clássicos --dos quais fazia coleção e tinha o maior cuidado.
Gostava também de acompanhar os jogos do Palmeiras, time do coração.
Dedicado, era um pai alto-astral e muito atencioso com os filhos "Foi um pai maravilhoso, sempre brincalhão", lembra a filha Ana Francelina.
Parou no dia 6, a apenas três dias de completar 88 anos, após complicações de uma pancreatite. Deixa a mulher, Maria, com quem estava casado havia 60 anos, os cinco filhos, 11 netos e quatro bisnetos.
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