Elizabeth Jacoba Maria Borgs, da vila holandesa Bavel-Ginneken, entrou cedo para o convento católico. Nos anos 1960, viajava para fora do país em seus serviços humanitários como enfermeira para a Cruz Vermelha. Numa das vezes, foi parar no Brasil, primeiro na Paraíba e depois no sertão de Alagoas, de onde não saiu mais.
A freira e parteira, conhecida como irmã Redempta, realizou vários partos de mães da zona rural, mas foi pela luta por educação digna que virou símbolo em São José da Tapera, Palestina e Pão de Açúcar, cidadezinhas alagoanas de baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Na primeira, fundou junto com o pároco local, Petrúcio Bezerra de Oliveira, a escola João Paulo 2º. Na terceira, a faculdade São Vicente. Instituições que, embora privadas, davam bolsas de estudos à população sertaneja e logo se tornaram referência.
Alguns alunos chegaram a ser apadrinhados por famílias holandesas com intermédio da religiosa —que pedia ainda recursos para a construção de casas melhores na região, onde também administrava oito creches.
As mais de cinco décadas de trabalho filantrópico de irmã Redempta lhe renderam homenagens —como um desfile de Sete de Setembro que contou sua trajetória.
Mas tinha uma da qual gostava em especial. A que deu seu nome a um colégio público de estrutura invejável: a Escola Municipal Elizabeth
Jacoba Maria Borgs.
Após um derrame, morreu aos 86 anos, em 6 de junho. Deixou três irmãos na Holanda e os moradores das três cidadezinhas marcadas por suas ações sociais. Eles desfilaram o luto num cortejo fúnebre ao som de uma banda de fanfarra —prometem seguir agora sua luta por uma educação menos desigual.
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