Um dia após ser assaltada e vandalizada, a creche Lucila de Souza Egydio, no Jardim Aeroporto (zona sul de São Paulo), foi atacada novamente na madrugada desta terça (24). As 159 crianças, de 0 a 3 anos, que costumam ser acolhidas diariamente no local, ficaram sem atendimento pelo segundo dia seguido.
Foi o 4º furto em apenas 10 dias, de acordo com atualização da direção da unidade, mantida por meio de convênio com a Secretaria Municipal da Educação, da gestão Bruno Covas (PSDB). A polícia havia informado no na segunda (23) que, em nove dias, ocorreram dois casos.
“Não aguentamos mais essa situação, está insuportável. Nossos funcionários passaram o dia chorando por tanto desgosto. Arrombaram as portas e vandalizaram tudo”, disse a diretora da creche, Lindalva Maria da Silva.
A escola está às escuras, pois o alvo preferido dos ladrões são os fios elétricos, retirados principalmente por causa do cobre. O material, presente nos fios, pode render, em média, R$ 16 o quilo em ferros-velhos da capital.
No crime desta terça, além dos cabos elétricos, os invasores levaram nove panelas industriais, micro-ondas, liquidificador, lâmpadas, espremedor de frutas, computador, impressora e televisores. Também foram furtadas as lixeiras, sendo os sacos de lixo espalhados pela creche, e até a tampa do esgoto.
“Queremos ter mais segurança para trabalhar e atender às crianças, que são da nossa própria comunidade. Do jeito que está não pode ficar”, ressaltou Lindalva.
Os outros dois crimes ocorreram nos dias 14 e 16. Os casos foram registrados no 27º DP (Campo Belo).
A Secretaria Municipal da Educação, da gestão Bruno Covas (PSDB), não respondeu sobre medidas que poderia adotar para lidar com a violência escolar.
A Polícia Militar, da gestão Márcio França (PSB), informa que ações na região da creche possibilitaram que os furtos caíssem 22,6% neste ano, em comparação com o ano passado. Não especificou o período.
A PM acrescentou que, neste ano, prendeu 321 pessoas e apreendeu 30 armas na área e que apoia guardas-civis que patrulham o entorno da unidade. A GCM (Guarda Civil Metropolitana), também da gestão Covas, esclareceu que realizou 568 rondas na zona sul neste ano.
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