O nome de batismo, Amélia, era mera formalidade. Desde os 7 ela era conhecida como Suzamar. A garota saída de Pirajuí, no interior de São Paulo, viajou 300 km até a capital para tentar a carreira de cantora sertaneja.
O pai batia de lona em lona entre os circos da metrópole tentando vender os shows das Irmãs Souza —nome da dupla que formava com a sua irmã Suzi. As duas são contemporâneas das Irmãs Galvão, tida como a dupla caipira com mais tempo em atividade no país, desde 1947.
Aos 11, Suzamar já sabia tocar violão. Dos programas infantis na rádio, ela iria ao auge anos mais tarde, já em carreira solo.
Seu grande feito foi a sua versão da música "Galopeira", do compositor paraguaio Mauricio Cardozo Ocampo. Ganhou discos de ouro e apresentou programas televisivos, como o Canta Brasil —sucesso da TV Gazeta— que comandava com Aristides Júnior, seu empresário e grande amor.
Fora dos palcos, gostava de chegar em casa e se jogar numa rede. Católica fervorosa, também não deixava de lado a devoção por Nossa Senhora Aparecida.
Certa vez uma amiga disse que queria comer um bolo e Suzamar se dispôs a fazê-lo. Colocou um pote inteiro de fermento na massa, que quase explodiu —seu talento na cozinha era oposto ao que impunha na voz.
Só que quando davam de alçá-la a ares de pedestal, respondia de bate pronto: "A única diferença entre mim e um lixeiro é a profissão".
Nos últimos dois anos, Suzamar deixou os holofotes para lidar com o mal de Alzheimer. "A gente só serve quando está servindo", dizia. A cantora morreu no dia 8 de julho, aos 73. Deixa a irmã, Aparecida (conhecida como Suzi) e quatro sobrinhos.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.