Kléber Magalhães fazia a alegria dos pequenos pacientes entre pirulitos e balões. Mesmo quando o assunto era sério, o doutor mineiro de Belo Horizonte deixava as consultas leves com maestria.
Desde jovem, sonhava poder ajudar pessoas. Cursou medicina no Rio e pouco depois de formado foi morar em Macapá, no norte do país.
Um dos pediatras pioneiros no estado, trabalhou pela construção do hospital de pediatria, onde dedicou boa parte da carreira.
Tinha um jeito todo especial para lidar com crianças —nunca atendia de branco, não encostava o estetoscópio gelado nelas e buscava aquecê-las com as mãos, enquanto conversava.
“Ele fazia uma festa a cada centímetro que as crianças ganhavam e falava da importância do crescimento”, diz a amiga Sândala Barros.
Ao final das consultas, enchia balões coloridos e distribuía pirulitos para os pequenos, lembram os amigos.
Entusiasta da educação, aos 50 anos formou-se em letras e passou a dar aulas em escolas públicas e privadas.
Nos anos 1990, foi secretário municipal de Educação e trabalhou ainda numa rádio educativa. Sempre conciliando com a medicina —função que exerceu mesmo depois de se aposentar.
Leitor assíduo, gostava tanto de plantas que, se visse uma semente ou muda na rua, levava para cultivar em casa. Nas horas de folga, fazia questão de sair para passear com os filhos e o neto mais velho.
Morreu no dia 21 de junho, aos 82, após um ano de tratamento contra um câncer. Deixa a mulher, Alice, com quem era casado há 50 anos, quatro filhos e sete netos, além dos seus pequenos pacientes.
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