Os netos de Josefina Colombo não conheceram a internet na infância, mas tinham a sensação de que a avó era a pessoa mais conectada do mundo.
Por meio da obra de caridade da qual foi integrante a vida toda e das excursões que fazia com o marido, Bruno, Josefina conhecia um montão de pessoas. Organizava bazares e bingos para coletar dinheiro e costurava roupas para vestir crianças carentes. Esse ofício, aprendeu ainda adolescente.
Na família humilde de 11 filhos em que nasceu, cada um tinha de ajudar um pouco.
Josefina não foi menos generosa com os filhos, netos e bisnetos. Em torno do carinho dela e do marido, giravam as reuniões de família. Semanalmente, fazia doces para mandar para a casa dos filhos. Em ocasiões especiais, havia o famoso bolo que um dos netos apelidou de "Nossa!" (com exclamação), porque era tão bom que assim exclamavam as crianças a cada mordida, ao que ela respondia rindo, divertindo-se com os netos.
Descendente de italianos, conheceu o companheiro muito jovem. Bruno frequentava a quitanda em que sua irmã trabalhava. O casamento, porém, não a transformou numa dona de casa tradicional. Era ativa, gostava de viajar, de ir ao cinema e de acompanhar o marido, com quem ficou casada por 71 anos.
Josefina também nunca precisou de redes sociais para lembrar o aniversário de parentes e amigos. Tinha uma caderneta, que até seus últimos dias esteve em uso, em que estavam anotadas todas as datas festivas e os respectivos telefones. A cada ano, ligava para desejar felicidades, sempre de viva-voz. Deixa dois filhos, cinco netos e quatro bisnetos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Veja os anúncios de missas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.