Polícia Federal faz operação contra roubo de carga em seis estados

Motoristas de caminhões simulavam sequestros e adulteravam veículos

São Paulo

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (17), uma operação em seis estados contra suspeitos de furto e receptação de carga e caminhões no Nordeste e no Sudeste. 

Os agentes foram às ruas em Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo para cumprir 64 mandados de prisão, três mandados de interdição de empresas envolvidas em receptação de mercadorias e 106 mandados de busca e apreensão.

Motoristas de caminhões participavam do esquema, segundo a PF, simulando sequestros, enquanto outros criminosos desativavam dispositivos de segurança dos caminhões e roubavam a carga. Os motoristas, depois, comunicavam o falso crime à polícia.

A PF estima que a organização criminosa tenha causado um prejuízo estimado em R$ 8,6 milhões. O órgão também apura crimes de adulteração veículos e aplicou golpes em seguradoras.

A investigação foi capitaneada pela superintendência da PF em Alagoas e pela Polícia Rodoviária Federal.

Fachada de prédio da Polícia Federal em SP
Prédio da Polícia Federal em SP, onde foram cumpridos mandados de prisão - Zanone Fraissat/Folhapress

O número de casos de roubo de carga registrados em São Paulo vem crescendo. Dados divulgados pelo governo paulista mostram que o estado registrou em 2017 a maior quantidade de roubos de cargas em um só ano desde 2001 (início da série histórica), com 10.584 crimes do tipo. 

Esse resultado significa um incremento de 6,6% em comparação a 2016, quando ocorreram 9.943 crimes, ano que também houve meses com aumentos recordes –especialmente no último trimestre.

Um exemplo do impacto desse tipo de crime pode ser medido na periferia de São Paulo que sofre restrição de entrega de produtos pelos Correio, total ou parcial. Conforme reportagem publicada pela Folha, praticamente um terço da cidade de São Paulo (cerca de 4,5 milhões de pessoas) é atingido.

O problema também é grave no Rio de Janeiro.  Em 2017, foram 10.599 casos, o equivalente a 1 roubo a cada 50 minutos. No estado, rouba-se de tudo, de frango a iPhones. Em alguns casos, os grupos buscam um produto específico (peça de carro, por exemplo). 

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