Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Policial militar é morto no Rio em abordagem a moto BMW roubada

Rodrigo Passos Soares, 28, já é o 59º policial morto no Rio somente este ano

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Tanque das Forças Armadas na favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, após dia de violência e confronto na comunidade - Eduardo Anizelli/Folhapress
Lucas Vettorazzo
Rio de Janeiro

Um policial militar morreu na madrugada desta terça-feira (10) na avenida Brasil, próximo a Bonsucesso, na zona norte do Rio. Ele é o 59º PM morto no Rio somente este ano.

O soldado Rodrigo Passos Soares, 28, trabalhava havia quatro anos no BPVE (Batalhão de Policiamento em Vias Expressas) e foi morto na avenida durante uma abordagem a uma motocicleta com dois suspeitos.

Segundo a PM, policiais abordaram os dois homens, que circulavam pela região com uma moto da marca BMW. Após verificarem que o veículo era roubado, os policiais foram surpreendidos por um comparsa da dupla, que dava cobertura em um carro próximo.

O homem disparou tiros de fuzil AK-47 e pistola 9mm contra os policiais, que revidaram. Na troca de tiros, um dos criminosos morreu.

O soldado Soares e um sargento também foram atingidos e levados ao Hospital Geral de Bonsucesso, sob administração do governo federal. O sargento não corre perigo de morte, mas Soares não resistiu aos ferimentos. Seu enterro será realizado na tarde desta terça-feira (10), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste. Ele deixa esposa.

A polícia recuperou parte das armas e a moto roubada e a Delegacia de Homicídios instaurou inquérito para investigar o caso.

Crise na segurança

Devido a uma grave crise política e econômica, com reflexos diretos na segurança pública, o estado do Rio está sob intervenção federal na segurança pública desde o último dia 16 de fevereiro. A medida, inédita, foi anunciada pelo presidente Michel Temer (MDB), com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB.

Temer nomeou como interventor o general do Exército Walter Braga Netto, que atua como chefe das forças de segurança do Estado. Na prática, Netto acumula o comando das secretarias da Segurança Pública e de Administração Penitenciária, além das polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e agentes carcerários.

Desde junho de 2016, o Estado está em situação de calamidade pública. Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e faltam equipamentos como coletes e munição. Há carros das corporações sem combustível. Somente no ano passado, 134 policiais militares foram assassinados no estado.

A resposta também é violenta e policiais estão matando mais. Após uma queda de 2007 a 2013, o número de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial está de volta a patamares anteriores à gestão de José Mariano Beltrame na Secretaria de Segurança (2007-2016). Em 2017, 1.124 pessoas foram mortas pela polícia.

Apesar de contar com o apoio da população, a intervenção ainda não obteve resultados significativos na melhora dos indicadores de violência urbana no estado. O assassinato da vereadora Marielle Franco segue sem solução, assim como a chacina de cinco jovens em Maricá e a morte do adolescente Marcos Vinícius da Silva, 14, atingido por um tiro durante uma ação policial no Complexo de Favelas da Maré. 

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