A flexibilidade e o entusiasmo de Rosinha Rodrigues se destacam entre suas alunas. Deita de bruços, coloca a palma das mãos abaixo dos ombros e ergue o tronco por dez segundos na "posição de cobra", como é conhecido um dos movimentos ensinados por ela.
Aos 82 anos, Rosinha é professora voluntária de hatha ioga, técnica que busca equilíbrio por meio de aspectos físicos e mentais. É considerada, diz ela, a mais leve entre as vertentes da ioga, e pode ser executada tanto por uma criança pequena como por um idoso.
Rosinha conta que consegue fazer todos os exercícios que aprendeu nos anos 1980, quando conheceu a modalidade. "Agora faço tudo mais devagar". O passar dos anos, diz, trouxe mais facilidade para relaxar entre os exercícios e, dessa forma, passou a ter um ritmo menos intenso entre os movimentos.
Aposentada, Rosinha dá aulas gratuitas para outros idosos em Cuiabá há oito anos, duas vezes por semana. Cada aula dura até três horas. A turma tem 50 alunos, grande parte composta por pessoas acima de 60 anos. Entre eles, há apenas um homem. "Os outros desistem rápido. Não se preocupam tanto com a saúde", conta.
O aluno é o aposentado Marcos Wagner, 65, que sofreu um infarto há três anos. "Consigo fazer quase todos os exercícios que a Rosinha passa. Dá uma melhora muito grande na minha vida, em todos os sentidos, no pessoal e no físico."
A aposentada Joana dos Santos, 88, é a mais velha entre os alunos. Desde que começou as aulas, relata que passou a ter mais equilíbrio. "Eu caía muito e estava entrevada. Agora estou melhor. Consigo andar devagar e não caio mais", pontua.
Rosinha foi professora por 50 anos. Mãe de seis filhos —dois já morreram—, ela tem 16 netos e 20 bisnetos. Gosta de dançar, fazer hidroginástica, pintar, ler e dirigir e dirigir pela cidade com seu Fusca 95 branco.
Envelhecer, diz, não tem sido uma dificuldade. "Eu me sinto com 30 anos. Hoje estou em uma fase de tranquilidade. Esses meninos são as cordas do meu coração", diz, enquanto aponta para os alunos.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.