32 PMs são presos sob suspeita de elo com tráfico de drogas em SP

Organização criminosa movimentava R$ 150 mil por mês

Luís Adorno
São Paulo | UOL

Operação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Militar prendeu, nesta terça-feira (14), 32 policiais militares suspeitos de terem ligação com o tráfico de drogas na região de Campinas, no interior de São Paulo. Além dos militares, outras seis pessoas foram detidas.

Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça Militar e pelo juiz Nelson Augusto Bernardes de Souza, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Campinas. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), as prisões são preventivas. Outras quatro pessoas foram presas durante a operação. Dois mandados também foram cumpridos em presídios.

Corregedor da PM-SP Marcelino Fernandes, que comandou a operação 'Tio Genésio'
Corregedor da PM-SP Marcelino Fernandes, que comandou a operação 'Tio Genésio' - Eduardo Anizelli/Folhapress

O objetivo da ação, segundo a Promotoria, é "obter mais elementos acerca de organização criminosa, responsável por movimentar, mensalmente, quantia próxima de R$ 150 mil". Os nomes dos policiais não foram divulgados. Eles devem ficar detidos no presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista.

O Ministério Público e a Corregedoria afirmam que não há relação entre os PMs detidos nesta terça e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), uma vez que o indício é de que o envolvimento seja com a venda independente de drogas.

O corregedor da PM, coronel Marcelino Fernandes, afirmou que, durante a ação, dois líderes do tráfico local, sendo um homem e uma mulher, foram detidos e apresentados à Justiça.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública confirmou que os policiais detidos "exigiam e recebiam vantagem indevida dos traficantes de drogas com o objetivo de não adotarem as providências legais, passando a subsidiá-los por meio do fornecimento de informações a respeito de operações policiais".

Disse também que "não compactua com desvios de conduta por parte de seus integrantes. Os 32 policiais presos preventivamente estão sujeitos, na esfera administrativa, a sanções que podem chegar à expulsão".

A operação foi batizada como "Tio Genésio". Segundo o Ministério Público, o nome é o mesmo do grupo de WhatsApp pelo qual os envolvidos se comunicavam.

Segundo a Corregedoria, o trabalho de investigação teve início em janeiro deste ano. Participaram da operação para prender os envolvidos 320 PMs e homens do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), da Promotoria.

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