Governo de SP oferece até R$ 50 mil por pistas que levem a PM desaparecida

PM não é vista desde a última quinta (2), quando estava num bar em Paraisópolis

A PM Juliane dos Santos, que desapareceu na favela de Paraisópolis
A PM Juliane dos Santos, que desapareceu na favela de Paraisópolis - Folhapress
UOL

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) oferece até R$ 50 mil por informações que ajudem a localizar a policial militar Juliane dos Santos Duarte, 27, desaparecida desde a madrugada de quinta-feira (2), em Paraisópolis, favela da zona sul da capital paulista.

A policial teria sido pega por quatro criminosos —alguns usavam touca e estavam armados—, após uma confusão dentro de um bar. Era a primeira madrugada dela das férias deste ano da corporação. Desde o desaparecimento da soldado Juliane, uma centena de policiais, civis e militares, vasculham a região da comunidade, com carros e helicópteros.

Na tarde de ontem, um suspeito tentou fugir após sair de um barraco e se deparar com policiais. Foi pego pelo COE (Comando de Operações Especiais), da Polícia Militar, e encaminhado ao 89º DP, que investiga o caso.

Segundo o delegado titular Antônio Sucupira Neto, o suspeito encaminhado à delegacia é investigado pela suposta participação no desaparecimento da policial. “A polícia trabalha agora para levantar provas que garantam a prisão do suspeito”, disse o delegado.

As denúncias poderão ser feitas de três formas:

  • Diretamente à autoridade policial competente por qualquer meio idôneo, como e-mail, carta, telefone e/ou pessoalmente;

  • Via Disque Denúncia, pelo telefone 181;

  • Por meio do acesso ao Web Denúncia, que conta com dupla criptografia de dados para proteger o anonimato do denunciante. Ao final do processo recebe um número de protocolo e uma senha para acompanhar anonimamente o andamento da denúncia. Por meio de um número de cartão bancário virtual, possibilita ao denunciante fazer o resgate total ou parcial da recompensa em qualquer caixa do Banco do Brasil.

A secretaria diz que, qualquer que seja a via escolhida pelo denunciante, o sigilo de identidade é garantido.

Policial Militar Juliane dos Santos, desaparecida em Paraisópolis
Policial Militar Juliane dos Santos, desaparecida em Paraisópolis - Divulgação

Os recursos são do Fisp (Fundo de Incentivo à Segurança Pública), que é administrado pela SSP. A prova de uma denúncia eficaz será feita por meio de relatório que deve apontar o grau de eficiência. O valor pode contemplar mais de uma denúncia.

A Polícia Civil recebeu ao menos oito informações sobre o suposto paradeiro da policial. Porém, nenhuma delas deu resultados. A família de Juliane também recebeu três trotes dando informações.

Segundo a SSP, o caso segue em investigação pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), com apoio do 89º DP (Distrito Policial), no Morumbi. As buscas são realizadas pelos investigadores e por PMs do Choque, Corregedoria e 16º batalhão.

De acordo com o corregedor da PM, coronel Marcelino Fernandes, a moto que a policial usava foi encontrada no Alto de Pinheiro e a polícia trabalha na identificação dos envolvidos. "Os batalhões de choque [estão] fazendo policiamento dia e noite na região. Entrevistando e revistando pessoas que entram e saem da comunidade. É uma ocupação territorial", afirmou.

A cabo é policial militar há dois anos. Lotada em uma companhia que faz patrulhamento no Jabaquara, bairro da zona sul da capital, Juliane mora apenas com a mãe, Cleusa dos Santos, 57, que sofre de câncer na medula óssea, em São Bernardo do Campo, no ABC.

"Eu liguei, eu ligo para o celular, mas ela não atende. Chama, mas não atende", afirmou a mãe na sexta-feira (3). Cleusa era cobradora de ônibus antes de ser demitida, meses atrás. "Estou afastada com sérios problemas de saúde. A empresa me mandou embora e eu nem sabia que estava doente", disse.

Juliane é a filha mais nova de três irmãos. A última vez que a família esteve junta, segundo a mãe, foi no nascimento de um sobrinho da policial, na segunda-feira passada (30).

"Meu coração de mãe está assim: sabe quando você pega um pedaço de carne e faz um corte bem profundo? É assim que ele está. Jorrando muito sangue, pequeno, sofrendo. Mas a mente tem esperança. Meu racional está bem esperançoso", disse a mãe de Juliane.

Com o Agora

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