Fortunato David Serruya era brasileiro, mas só conheceu o país de origem aos 23 anos. Filho de imigrantes de Casablanca, no Marrocos, aos cinco meses deixou o Brasil com a mãe para uma viagem rápida, que acabou durando duas décadas.
Já adulto, Fortunato quis conhecer o pai e viajou até Belém do Pará. Sem falar nada em português, gostou do país e resolveu ficar. O sotaque francês, língua em que foi alfabetizado, seguiu com ele por toda a vida. Nessa época, conheceu a prima Marlene Serruya, que era professora. Casaram-se em 1959.
Ainda no Marrocos, aos 15 anos, o jovem descobriu uma paixão: a fotografia. Ganhara da mãe uma máquina fotográfica, que fez questão de trazer consigo ao Brasil. Também trouxe um kit de revelação, e passava boa parte do tempo livre fotografando e testando novas imagens.
Quando mudou para Santarém, levou a novidade, já que máquinas fotográficas eram raridade na cidade. Logo ficou conhecido por fotografar aniversários e casamentos. Foi daí que surgiu a ideia de montar a primeira loja do ramo na cidade, em 1960.
Sempre antenado, o empresário não parou no tempo e acompanhou toda a evolução da fotografia, do preto e branco à era digital. Até o fim da vida, mantinha perfis em redes sociais e estava sempre conectado.
Estimulou os filhos desde cedo a ajudarem nos negócios da família. Tinha muito orgulho de manter as tradições hebraicas e dizia que sua maior realização era ter educado e formado os filhos com caráter, dignidade e religião.
Trabalhou arduamente até o fim. Após uma queda no início de agosto foi internado e teve complicações pulmonares. Morreu no último dia 6, aos 88 anos. Deixa a esposa, dois filhos e netos.
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