O paulistano Leonardo Crescenti sempre foi um experimentador. Autodidata, tinha a capacidade de desenvolver novas habilidades o tempo todo.
Formado em arquitetura pela FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), trocou o exercício da profissão por algo pelo qual tinha paixão: a fotografia e o cinema. Ele não só estudou com rigor sobre a área, como desenvolveu grande sensibilidade.
Produziu filmes em super 8 com um amigo que lhe renderam prêmios em Cannes.
Léo, como era chamado, se aprofundou em muitas coisas. Não parava. Era um pai carinhoso, um amigo para todas as horas e um companheiro presente. Ainda encontrava tempo para cuidar da mente e do corpo --foi nadador e faixa preta no caratê.
Questionador e amante das relações humanas, refletiu tais características no trabalho. Há 14 anos conheceu a namorada Rejane Cantoni, com quem desenvolveu projetos audaciosos e pioneiros.
Na tentativa de criar algo gráfico com uso de espelhos surgiu o "Infinito ao Cubo", o primeiro resultado da parceria de sucesso, que foi exposto na Pinacoteca, em São Paulo.
Desde então passaram a reunir arte e cinema na promoção de novas experiências --foram mais de 20 obras e 100 exibições em todo o mundo.
Em cartaz no Farol Santander, em SP, "Tubo" foi outro desafio. No trabalho, Crescenti abre a pequena janela do prédio de modo virtual, para dar vazão à imensidão paulistana.
Léo manteve o sorriso marcante mesmo na batalha contra o câncer de pulmão, causa de sua morte no dia 19 de agosto, aos 64 anos. Deixa a mulher e dois filhos. Sua missa de 7º dia será nesta sexta (24) às 11h, na Igreja São José, na rua Dinamarca, 32, Jardim Europa.
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