Descrição de chapéu Obituário Leo Robinson (1942 - 2018)

Mortes: JJ Jackson, ícone do blues no Brasil e trilha de novela

Apaixonado pelo Rio, artista viveu fazendo shows, jingles e trilhas

Fabrício Lobel
São Paulo

Leo Robinson nasceu numa pequena cidade do Arkansas, no berço do blues, nos EUA, em 1942. Negro, quando menino, tinha que entrar pela porta dos fundos ao visitar os amigos brancos. 

Ainda na sua infância, Leo e a família se mudam para Seattle, acompanhando o pai, militar, que voltava da Segunda Guerra Mundial.

A nova cidade mudaria o destino de Leo, que começou a formar bandas com os amigos da escola. Um deles era James Hendrix, que anos mais tarde se tornaria a estrela do rock, Jimi Hendrix.

Leo Robinson seguiu carreira musical e começou a excursionar até pelo México. Por lá, conheceu três irmãs (e se apaixonou por uma delas). As três o convenceram a fazer uma viagem ao Brasil, na virada dos anos 80.

Chegando ao Rio, Leo se apaixonou pela cidade, pelo clima e pela música local. Meses depois já estava dentro de estúdios gravando baladas para trilhas sonoras de novelas da Globo. Gravou também clipes para o Fantástico.

Alguém da emissora sugeriu que Leo Robinson trocasse de nome artístico, por algo que pudesse ser uma versão mais atraente para o público. Assim, virou JJ Jackson.

Americano, alto, sempre bem vestido de terno e chapéu e com um largo sorriso no rosto, JJ Jackson era, em terras brasileiras, a encarnação perfeita do blues.

No Brasil, viveu fazendo shows, jingles e trilhas. Mesmo depois de décadas morando em São Paulo, mantinha um forte sotaque e por vezes soltava no meio das frases um "I love you, baby" ou "You know, man".

Sempre amável e amigo, JJ Jackson morreu em 30 de julho, após ser internado por complicações respiratórias. Ele deixa o pai, irmãos e quatro filhos (nos EUA), além da mulher, Esmeralda, no Brasil.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas​​​​​​

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.