Descrição de chapéu Obituário Mauro Borges (1962 - 2018)

Mortes: Paizão clubber, DJ foi popstar e pioneiro na noite paulistana

Fez sucesso com grupo Que Fim Levou o Robin?, considerado primeiro de dance music no país

Eduardo Moura
São Paulo

Pioneiro da cena gay da noite paulistana, o DJ e produtor Mauro Borges fundou o bem-sucedido Clube Massivo, nos Jardins, em 1991. A casa foi uma das precursoras da cena LGBT (à época chamada de GLS) e ajudou a levar a cultura clubber para o mainstream.

Borges havia estudado jornalismo na PUC-Campinas e artes dramáticas na Unicamp, mas desde essa época já mostrava talento para as pick-ups: era o DJ oficial das festinhas e promotor de eventos do diretório central dos estudantes.

Depois, foi de vendedor numa loja de discos a residente do clube Nation, na rua Augusta, no centro da cidade.

Ainda nos anos 1990, estourou ao criar o projeto Que Fim Levou o Robin?. Considerado o primeiro grupo de dance music brasileiro, a banda misturava a batida eletrônica com letras divertidas e levou o gênero a programas de TV com músicas como "Tia".

Chamado de paizão clubber, mesmo no auge do sucesso Borges gostava de compartilhar conhecimento --numa época anterior à popularização da internet, em que se manter atualizado sobre as novidades custava caro.

Borges também ajudou a cunhar gírias do universo gay brasileiro, como "mundinho", "carão" e "montação", além de ter dado espaço para apresentações de drag queens nas festas que promovia.

Seu repertório, sempre com toques de humor, costumava incluir hits de artistas como Madonna e Kylie Minogue. O DJ, habituado a se apresentar sem camisa, chegou a ser capa da revista G Magazine em 1998.

Com mais de 30 anos de carreira, o DJ morreu na manhã desta sexta-feira (31), aos 56 anos. A causa da morte não foi divulgada. O corpo de Borges será enterrado em Campinas. Deixa muitos amigos e fãs.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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