Pioneiro da cena gay da noite paulistana, o DJ e produtor Mauro Borges fundou o bem-sucedido Clube Massivo, nos Jardins, em 1991. A casa foi uma das precursoras da cena LGBT (à época chamada de GLS) e ajudou a levar a cultura clubber para o mainstream.
Borges havia estudado jornalismo na PUC-Campinas e artes dramáticas na Unicamp, mas desde essa época já mostrava talento para as pick-ups: era o DJ oficial das festinhas e promotor de eventos do diretório central dos estudantes.
Depois, foi de vendedor numa loja de discos a residente do clube Nation, na rua Augusta, no centro da cidade.
Ainda nos anos 1990, estourou ao criar o projeto Que Fim Levou o Robin?. Considerado o primeiro grupo de dance music brasileiro, a banda misturava a batida eletrônica com letras divertidas e levou o gênero a programas de TV com músicas como "Tia".
Chamado de paizão clubber, mesmo no auge do sucesso Borges gostava de compartilhar conhecimento --numa época anterior à popularização da internet, em que se manter atualizado sobre as novidades custava caro.
Borges também ajudou a cunhar gírias do universo gay brasileiro, como "mundinho", "carão" e "montação", além de ter dado espaço para apresentações de drag queens nas festas que promovia.
Seu repertório, sempre com toques de humor, costumava incluir hits de artistas como Madonna e Kylie Minogue. O DJ, habituado a se apresentar sem camisa, chegou a ser capa da revista G Magazine em 1998.
Com mais de 30 anos de carreira, o DJ morreu na manhã desta sexta-feira (31), aos 56 anos. A causa da morte não foi divulgada. O corpo de Borges será enterrado em Campinas. Deixa muitos amigos e fãs.
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