Presos libertam reféns após quase 30 horas de motim

Agentes penitenciários e religiosos ficaram em poder de detentos em Taubaté

Detentos fazem motim com reféns no Centro de Detenção Provisória de Taubaté
Detentos fazem motim com reféns no Centro de Detenção Provisória de Taubaté - Divulgação/Sindasp
São Paulo

Dois agentes penitenciários e quatro voluntários de igrejas evangélicas foram mantidos reféns por quase 30 horas em um motim de presos no Centro de Detenção Provisória de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior paulista.

A rebelião começou por volta das 15h de quarta (8) e chegou ao fim às 19h35 desta quinta (9). Dois agentes penitenciários e 11 voluntários de igrejas evangélicas foram feitos reféns —sete já haviam sido libertados ao longo do período.

A administração dos presídios é de responsabilidade do governador Márcio França (PSB), candidato à reeleição. Segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), um grupo especializado de agentes penitenciários estava “dentro da unidade a postos”, e a direção negocia com os presos amotinados —a secretaria não informou a motivação ou as reivindicações dos detentos.

O Centro de Detenção Provisória Dr. Félix Nobre de Campos tem 1.521 detentos, mas capacidade para pouco mais da metade disso: 844 pessoas.

Inicialmente, a pasta que administra o sistema penitenciário paulista informou que 12 reféns faziam parte da Pastoral Carcerária, braço da Igreja Católica. Depois, corrigiu a informação. 

Todos são ligados a igrejas evangélicas: quatro são da Deus É Amor, quatro da Assembleia de Deus, duas da Cristo É Luz e Vida e outras duas da Capelania de Taubaté.

Os detentos atearam fogo a roupas e colchões, mas segundo a SAP  o incêndio foi contido. Imagens em redes sociais mostravam fumaça escura saindo de dentro do presídio.

O Sindicato de Funcionários do Sistema Prisional de SP diz que duas ambulâncias e um carro dos bombeiros entraram na unidade. Diz também que os detentos conseguiram chegar até a portaria da unidade, mas foram contidos por agentes.

O governo paulista convocou uma reunião de emergência no começo da noite de quarta (9) para tratar do motim. O governador Márcio França cancelou a participação em um debate entre candidatos nas eleições de outubro para buscar uma solução ao problema.

Em abril, um motim que durou 22 horas fez três defensores públicos reféns em Lucélia, no oeste paulista. A rebelião começou durante o banho de sol por volta das 14h do dia 26 de abril. O último defensor feito refém só foi liberado às 12h do dia seguinte.

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