A avenida 23 de Maio poderá ficar de fora do Carnaval de rua de São Paulo em 2019. A gestão Bruno Covas (PSDB) diz que a decisão ainda não foi tomada, mas que a retirada da via do circuito a partir do ano que vem será estudada.
Na segunda-feira (3), representantes da Promotoria, da prefeitura e dos blocos participaram de uma reunião, promovida pelo Ministério Público, para definir alterações no Carnaval de rua em São Paulo.
Esta foi a primeira reunião de outras ainda previstas com esse grupo neste ano. Em nota, a Promotoria divulgou que "a única decisão tomada" depois da reunião é a retirada da 23 de Maio do circuito.
A inclusão da via no Carnaval paulistano foi uma bandeira do ex-prefeito João Doria (PSDB), que saiu do cargo em abril para se candidatar ao governo paulista, sendo substituído por Covas, seu vice.
A Secretaria Municipal das Subprefeituras, da gestão Covas, tinha dois representantes na reunião de segunda, mas afirmou nesta terça (4) que não foi notificada sobre necessidade de mudanças.
"Quando receber oficialmente os estudos do Ministério Público e após realizar sua própria avaliação, a secretaria tomará a decisão", disse nota da prefeitura.
A avenida 23 de maio entrou no roteiro do Carnaval paulistano em 2018. Na ocasião, Doria afirmou que testaria esse local para se tornar um circuito comercial carnavalesco similar ao de Salvador (BA). A novidade também foi anunciada como solução para evitar tumulto em bairros residenciais.
O evento reuniu mais de 6 milhões de pessoas, segundo estimativa da prefeitura, mas também recebeu críticas, com a falta de rotas de fuga, tumultos, falha no acesso de ambulâncias, e incômodo a hospitais instalados na região —este último uma das motivações para a mudança sugerida pelo Ministério Público.
O entorno da avenida tem ao menos seis grandes centros médicos. Com janelas voltadas para a 23 de Maio, o Beneficência Portuguesa, na rua Maestro Cardim, foi um dos mais afetados.
Ainda assim Doria defendeu os resultados e a manutenção da avenida 23 de maio do circuito dos megablocos na folia paulistana. "Aqui em Salvador, o Carnaval passa na frente dos hospitais. No Rio também. As pessoas têm que compreender. Faz parte da novidade", afirmou Doria na época durante o Carnaval na Bahia. Ele ainda destacou que a festa terminou às 20h. "É um horário que não perturba ninguém."
A prefeitura afirma que, mesmo se deixar de utilizar a 23 de Maio no Carnaval, manterá o modelo de festividade em outra região. Ainda não há indicação de possíveis vias.
De acordo com a Secretaria Municipal das Subprefeituras, os representantes da prefeitura acompanharam as discussões do Ministério Público e ouviram as sugestões de moradores e organizadores de blocos para definir o roteiro de 2019.
Também foi realizado no sábado (1) um encontro entre os blocos da cidade para planejar e debater questões como os trajetos, guia de regras, edital e questões relevantes para os quase 500 blocos da cidade.
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