Idoso desaparece após incêndio atingir casarões no centro de Salvador

Vítima, de 85 anos, está sendo procurada sob escombros

João Pedro Pitombo
Salvador

Um idoso está desaparecido desde o incêndio que destruiu dois casarões históricos na região da Baixa dos Sapateiros, Centro Antigo de Salvador, na noite desta segunda-feira (3).

Dono de uma serraria que funcionava em um dos casarões atingidos, José Hunaldo Moura de Carvalho, 85, está sendo procurado pelos bombeiros entre os escombros.

Fogo destrói casarão em Salvador
Fogo destrói casarão em Salvador - Alberto Maraux/Divulgação SSP-BA

Segundo a secretaria de Segurança Pública da Bahia, familiares informaram que o idoso morava no casarão onde funcionava a serraria e que foi atingido pelo fogo.

O fogo no casarão ocorre 24 horas depois de um incêndio destruir o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio.

O incêndio começou por volta das 21h40 no imóvel de dois andares na avenida José Joaquim Seabra, uma região de comércio popular na capital baiana. As chamas de fogo, que podiam ser vistas a distância, foram contidas por volta da 0h.

O Corpo de Bombeiros, que tem uma unidade na mesma rua onde aconteceu o incêndio, agiu de forma rápida. Cinco equipes com 40 homens foram enviadas ao local para combater o fogo.

Os bombeiros ainda permanecem no local fazendo o trabalho de rescaldo para impedir o surgimento de novos focos de fogo e fazendo buscas ao desaparecido. Após o término do trabalho dos bombeiros, a Defesa Civil vai fazer a vistoria do imóvel para avaliar se o incêndio danificou a estrutura do imóvel.

Os imóveis atingidos pelo fogo não eram tombados, mas ficam no Centro Antigo de Salvador, área considerada estratégica do ponto de vista do patrimônio histórico. A maioria dos imóveis da Baixa dos Sapateiros é da segunda metade século 19.

REVITALIZAÇÃO DE CASARÕES

No ano passado, a Câmara Municipal de Salvador aprovou um pacote de incentivos fiscais para requalificação de imóveis abandonados ou subutilizados no centro da cidade.

De um lado, o projeto daria descontos em tributos para quem reformar, manter e dar uso a imóveis da região. Do outro, previa que quem não fizer o devido restauro pagará IPTU mais caro e pode até ser alvo de um processo administrativo para arrecadação do imóvel —uma espécie de “estatização” sem contrapartida financeira.

Além do centro histórico, área tombada pela Unesco em 1984 que inclui o Pelourinho, o projeto da prefeitura soteropolitana contempla outros dez bairros da região central da cidade, incluindo Comércio, Lapinha e Nazaré.

Ao contrário do projeto de revitalização do centro histórico realizado nos anos 1990, a nova iniciativa não previa aquisição nem investimento direto do poder público na recuperação dos casarões.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.