Maior arma já apreendida no Rio, metralhadora pode perfurar carros-fortes

Com 38 kg e 1,68 m, arma seria capaz de disparar de 400 a 600 tiros por minuto

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Luis Kawaguti Marcela Lemos
Rio de Janeiro | UOL

A Polícia Civil apreendeu uma metralhadora pesada de calibre .50 que estava sendo negociada por traficantes do Rio de Janeiro. O armamento tem capacidade de perfurar carros-fortes e alcance suficiente para abater helicópteros. Os policiais investigam agora em que tipo de ação criminosa a arma seria usada.

Metralhadora Browning ponto 50 apreendida por policiais no Rio de Janeiro
Metralhadora Browning .50 apreendida por policiais no Rio de Janeiro - Divulgação

Policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) prenderam dois suspeitos ligados ao caso. Os policiais disseram acreditar que se trata da maior arma já apreendida no estado.

Segundo a polícia, a metralhadora Browning pesa 38 kg e tem 1,68 m de comprimento. Seria capaz de disparar de 400 a 600 tiros por minuto. O modelo apreendido aparenta ser similar a um tipo de metralhadora usada a partir da Segunda Guerra para disparar de aviões contra outras aeronaves e alvos em terra.

Essa metralhadora é considerada uma arma pesada, que necessita de mais de uma pessoa para ser usada, diferente de fuzis e pistolas —que são armas leves.

O especialista em segurança pública Paulo Storani afirmou que essa Browning é usada fixada em um tripé.

"Normalmente ela é usada para fazer proteção de uma área ou usada em torres de carros de combate. É uma arma de guerra, típica de Forças Armadas usada na proteção de países. Não é usada na segurança pública."

De acordo ainda com Storani, o armamento tem capacidade para perfurar blindagem de alguns veículos e pode ser usada para abater helicópteros devido ao seu alcance. "Ela é encontrada no mercado negro e custa no mínimo três vezes o valor de um fuzil, ou seja, R$ 120 mil."

Em julho de 2016, uma metralhadora semelhante foi usada para assassinar o traficante Jorge Rafaat dentro de seu carro blindado, em Pedro Juan Caballero, cidade do Paraguai que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

Na ocasião, uma metralhadora pesada foi instalada na traseira de um veículo tipo SUV, de onde um atirador disparou contra o carro do traficante. O atentado foi atribuído pela polícia à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O armamento também já foi usado no Brasil em assaltos a carros de transporte de valores.

Investigação

De acordo com as investigações, a arma estava inicialmente armazenada na favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio. Ela foi apreendida na Barra da Tijuca no momento em que era levada para outra favela, o Morro do Fogueteiro, na região central da cidade. De lá, seria levada para fora do Rio de Janeiro para ser usada em uma grande ação criminosa, cuja a polícia afirmou não poder dar detalhes.

"A arma foi fabricada nos Estados Unidos. É uma arma de guerra de origem do exército americano. Está em perfeito estado, toda lubrificada, toda preparada para uso imediato. É uma arma de grande [poder de] destruição", disse o delegado Delmir Gouveia.

O delegado afirmou ainda que a Browing não é um armamento usado em conflitos entre facções criminosas, devido a dificuldade de manuseio. "É uma arma usada para ataque a carros fortes, estabelecimentos de guarda de valores. Usada em ações estratégicas".

As investigações continuam em andamento para localizar demais envolvidos na venda e na compra da arma. Os dois homens presos na ação não tiveram os nomes divulgados. 

"Um deles veio do Rio Grande do Sul direto para negociação do armamento. Ele já tinha sido preso acusado de receptação". O segundo homem é do Rio de Janeiro.

A arma passará por perícia e depois será entregue ao Exército, de acordo com a polícia.

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