Médica morre após ser atropelada e arrastada por ladrões na zona sul de SP

Criminosos deram marcha a ré em carro para fugir e atingiram a vítima

Médica morreu após ser atropelada durante roubo na zona sul de São Paulo
Médica morreu após ser atropelada durante roubo na zona sul de São Paulo - Martha Alves/Folhapress
São Paulo

Uma médica de 57 anos morreu após ter sido arrastada por seu próprio veículo durante um assalto na noite desta quarta-feira (5) na região do Campo Belo, na zona sul de São Paulo.

Segundo a polícia, Maria Eliza Calippo Aquino de Alencar voltava para casa quando foi rendida por três criminosos na esquina das avenidas Doutor Lino de Moraes Leme e João Pedro Cardoso. No momento em que ela estava sendo abordada, porém, surgiu um veículo da Força Tática da Polícia Militar. Um criminoso fugiu correndo e os outros entraram no veículo da médica para iniciar a fuga.

Ainda de acordo com essa mesma versão, os criminosos saíram de marcha a ré arrastando a vítima e, no meio da rua, fizeram uma manobra brusca. Nesse momento, a médica se desprendeu do carro e ficou estirada no meio da avenida, conforme mostraram câmeras de segurança da região. A médica foi levada ao hospital São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos.

Em um primeiro momento, os policiais militares disseram na delegacia que não conseguiam definir exatamente se ela foi atropelada naquele ponto ou foi arrastada por cerca de 60 metros. Segundo a Secretaria da Segurança, só uma perícia conseguirá definir essa distância.

Já os bandidos seguiram em direção à favela Alba, próxima ao local. Policiais de moto perseguiram os suspeitos até a favela. Um adolescente de 15 anos foi apreendido e, segundo a polícia, admitiu participação no crime. Ele indicou os nomes dos dois supostos comparsas.

Com esse adolescente, os policiais apreenderam uma arma de brinquedo, simulacro de uma pistola utilizado no crime.

De acordo com a prefeitura, Maria Eliza era médica em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) no Alto da Riviera, região de Capão Redondo (zona sul), administrada por uma organização social.

Segundo pessoas ligadas à família da vítima, a pediatra também participava de serviços assistenciais com crianças em favelas.

Elas dizem que, após sair do trabalho, Maria Eliza ainda passou na casa da mãe, na Vila Alexandria, a menos de 2 quilômetros do local do ataque. Ela foi abordada pelos assaltantes após sair de lá em direção à casa onde vivia com seu namorado.

Visitar a mãe, dona Helena, de 97 anos, era uma rotina da médica, segundo pessoas próximas. Maria Eliza costumava passar no endereço onde também morou por anos, beijava a mãe, e aproveitava para saber da filha que teve com seu ex-marido e que mora com a avó.

Maria Eliza foi descrita por conhecidos como uma pessoa doce, simples e que gostava muito de viajar. 

O enterro deve ocorrer na tarde desta sexta (7) no cemitério do Araçá, na zona oeste.

Martha Alves, Suzana Ferreira e Rogério Pagnan

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