Falhas retiram dois trens de circulação e travam linhas do Metrô em SP

Composições apresentaram falhas nas linhas 1 e 3 nesta segunda-feira (17)

Movimentação de passageiros na estação Sé (linha 3-vermelha) após falha em trem
Movimentação de passageiros na estação Sé (linha 3-vermelha) após falha em trem - Zanone Fraissat/Folhapress
 
São Paulo

Ao menos dois trens que atendem o metrô paulistano foram retirados de circulação em períodos distintos desta segunda-feira (17) após sofrerem pane.

Nos dois casos, os problemas causaram lotação nas estações e forçaram os trens a reduzir a velocidade nas viagens e a ficar mais tempo estacionados nas plataformas.

A primeira falha atingiu em cheio a rotina do paulistano que seguia ao trabalho na manhã desta segunda.

Por volta das 8h08, um trem precisou ser esvaziado na Sé, uma das maiores estações do sistema metroviário da capital paulista, após a composição sofrer uma pane elétrica.

Sem energia, o sistema de tração não funcionou e a composição ficou parada travando o fluxo de transporte entre Sé e Palmeiras-Barra Funda.

Técnicos do Metrô gastaram uma hora para retirar o trem e levá-lo até uma área de estacionamento na estação Palmeiras-Barra Funda.

Enquanto a operação acontecia, dezenas de milhares de passageiros iam se aglomerando nas plataformas. Quem estava no trem danificado, seguiu nos trilhos só que a pé até acessar a plataforma.

Quem ainda não estava na estação, enfrentou longas filas porque a companhia segregou a entrada de passageiros para diminuir a lotação e garantir a segurança dos usuários no local. O sistema voltou ao normal duas horas depois da falha.

Em Santa Cecília, estação da linha 3-vermelha, a reportagem da Folha encontrou o local apinhado de gente. Na catraca, uma funcionária do Metrô se viu obrigada a devolver bilhetes dos passageiros que desistiam de entrar na estação. 

Como o Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência), com ônibus para fazer o transporte de passageiros afetados, não foi acionado, muitas pessoas optaram por pegar ônibus e caminhar até as estações República e Higienópolis-Mackenzie para seguir ao trabalho.

LINHA 1

A linha 1-azul, a mais antiga em operação e que liga a zona norte à sul da capital, também foi afetada com o problema da linha 3-vermelha. Mais tarde, foi a vez da linha 1 ser diretamente prejudicada.

Uma composição que seguia no sentido Jabaquara (zona sul) apresentou uma pane no sistema pneumático. O sistema alimenta o trem com ar comprimido, que é utilizado nos freios e nas aberturas e fechamentos das portas, entre outros usos.

A falha foi registrada por volta das 14h05 e perdurou até as 14h28, segundo o Metrô. O trem foi esvaziado e retirado de circulação. A linha 1-azul demorou quase uma hora para se normalizar.

Em ambos os casos, o Metrô diz que vai investigar o que provocou as falhas desta segunda.

FALHAS

Reportagem da Folha mostrou que o Metrô bateu recorde no número de incidentes notáveis de janeiro a 11 de junho deste ano, na comparação com igual período de anos anteriores, desde 2000. São falhas consideradas graves, que podem causar paralisação ou redução na velocidade dos trens, atrapalhando a vida dos passageiros

Levantamento exclusivo feito pela reportagem, baseado em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, mostra que foram 44 incidentes notáveis no período analisado, o maior número desde 2000.

Esses problemas, ocorridos nas cinco linhas administradas pela companhia (exceto a linha 4-amarela, sob concessão da ViaQuatro), sob a gestão do governador Márcio França (PSB), provocaram de alguma forma dano na circulação dos trens por 61 horas (dois dias e meio) de janeiro até o início de junho. França assumiu em abril, no lugar de Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à Presidência.

Em número de horas, 2018 só fica atrás de 2016, quando as falhas somaram 65 horas entre janeiro e 11 de junho (quando os dados foram solicitados à companhia).

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