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Alunos fazem suástica e chamam professora de 'preta galinha' em SP

Caso ocorreu em escola estadual na zona norte; estudantes foram suspensos

Estudantes em SP cometeram ofensas raciais e de cunho sexista contra uma professora de sociologia negra
Estudantes em SP cometeram ofensas raciais e de cunho sexista contra uma professora de sociologia negra - Reprodução
Alfredo Henrique
São Paulo | Agora

Alunos da Escola Estadual Conselheiro Ruy Barbosa, no Tremembé (zona norte), escreveram frases racistas contra uma professora de sociologia negra, além de desenharem a suástica nazista na porta da sala de aula onde ela leciona, no último dia 1º.

Segundo uma foto compartilhada por Odara Dèlé, 30, na internet, foi escrito com giz “preta, galinha do c.”. A postagem, que foi tirada da rede social da educadora no fim da tarde de desta quinta (11), tinha, até por volta das 16h, 1.100 reações, além de 520 comentários que se dividiam apoiando e até afirmando que a educadora se “vitimiza”.

Odara disse, na postagem que tirou do ar, que uma semana antes de as mensagens serem escritas, quatro alunos brancos gritaram “viva o Bolsonaro”, no fundo da sala de aula do 3º ano do ensino médio, para o qual ela dá aulas.

Todos os alunos da turma foram suspensos.

As ofensas foram escritas no dia de folga da educadora, que foi informada sobre o assunto no dia 2, pela diretora da unidade. A professora, então, registrou um boletim de ocorrência no dia 5 na Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância.

Estudantes em SP cometeram ofensas raciais e sexistas contra professora negra
Estudantes em SP cometeram ofensas raciais e sexistas contra professora negra - Reprodução

Segundo o BO, alunos testemunharam três estudantes fazendo a pichação na porta. Um deles, de acordo com a polícia, tem 16 anos e escreveu as ofensas.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, outro, de 17 anos, “corrigiu” erros de português, enquanto um terceiro, também de 17 anos, desenhou a suástica. Um deles, afirma a polícia, admitiu ter participado das ofensas. As inscrições foram apagadas no dia 1º.

CASO DE POLÍCIA

De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública, gestão Márcio França (PSB), foram registrados na capital 142 casos de injúria racial e 16 racismo entre janeiro e agosto deste ano. Isso representa alta, respectivamente, de 37% e 14% em relação ao mesmo período do ano passado.

A Secretaria de Estado da Educação, da gestão Márcio França (PSB), afirmou por meio de nota que repudia a situação vivida pela professora. Acrescentou que “o respeito e a inclusão são princípios básicos trabalhados constantemente na rede estadual”. Uma apuração interna foi aberta na unidade.

A pasta disse ainda que todos os 36 estudantes da sala envolvida na ocorrência “foram suspensos”, mas não informou por quanto tempo. Segundo a professora vítima de racismo, somente dois alunos da classe suspensa são negros. Uma reunião com “os responsáveis pelos alunos” foi feita para que avisá-los sobre o fato. A Secretaria da Segurança Pública disse a polícia investiga o caso.

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