Um incêndio registrado numa marcenaria localizada na região portuária de Santos, no litoral sul de São Paulo, gerou a emissão de gases tóxicos na madrugada desta segunda (8). Como era desconhecida a existência de produtos químicos no local e devido ao risco de intoxicação que eles podem causar, todos os profissionais que atuaram no combate ao fogo foram encaminhados ao hospital.
De acordo com o capitão Marcos Palumbo, 23 bombeiros, oito policiais militares e cinco guardas portuários seguiram para o Hospital de Clínicas de São Paulo para exames preventivos. Segundo ele, o grupamento decidiu trazer os profissionais para a capital paulista para evitar problemas no atendimento de hospitais da baixada santista, que também precisaram oferecer atendimento a cerca de 60 moradores.
Palumbo diz que por volta da 1h o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender um caso de incêndio no armazém onde funcionava a marcenaria. Como as chamas atingiram grandes proporções, vinte viaturas foram deslocadas ao local. O fogo foi controlado ainda na madrugada, mas os profissionais perceberam que havia algo diferente devido a coloração e o odor da fumaça que saia do local.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que também foi acionada para acompanhar o caso, explica que se tratava de fosfina —uma fumaça tóxica gerada a partir da reação química da água em contato com fosfeto de alumínio. Durante a ocorrência em Santos a reação foi causada quando a água usada para apagar o incêndio atingiu o produto armazenado de forma irregular na marcenaria.
O produto estava em frascos e seria utilizado para a fumigação —eliminação de pragas em embarcações. Em nota, a companhia informou que técnicos avaliarão as eventuais concentrações de fosfina nas imediações do galpão, que possam afetar a saúde da população atingida pela fumaça. A Defesa Civil isolou o local e orientou a saída dos moradores mais próximos ao armazém.
O Hospital de Clínicas diz que recebeu, por volta das 11h30, 28 homens dos bombeiros com suspeita de intoxicação.
"Em razão do alto número de pacientes chegando simultaneamente, o HCFMUSP acionou seu plano de desastres, liberando uma ala inteira do pronto-socorro para receber os bombeiros", disse. De acordo com o hospital, não houve registro de casos graves e após um período de exames e observação médica eles foram liberados no período da tarde.
"Foi preciso encaminhar os bombeiros ao hospital por uma questão preventiva, pois o sulfeto de alumínio pode causar graves problemas respiratórios, sem apresentar sintomas antes. Esse material estava lá de forma irregular, então os profissionais foram surpreendidos e acabaram muito expostos", explicou Palumbo.
As causas do incêndio ainda serão apuradas, assim como a origem e destinação desses produtos químicos que estavam na marcenaria destruída pelo fogo.
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