Bombeiros são levados a hospital após incêndio com gás tóxico em Santos

Profissionais que atuaram no combate ao fogo tiveram que passar por exames preventivos

Incêndio em marcenaria em Santos gerou emissão de gás tóxico
Incêndio em marcenaria em Santos gerou emissão de gás tóxico - Reprodução
Ricardo Hiar
São Paulo

Um incêndio registrado numa marcenaria localizada na região portuária de Santos, no litoral sul de São Paulo, gerou a emissão de gases tóxicos na madrugada desta segunda (8). Como era desconhecida a existência de produtos químicos no local e devido ao risco de intoxicação que eles podem causar, todos os profissionais que atuaram no combate ao fogo foram encaminhados ao hospital.

De acordo com o capitão Marcos Palumbo, 23 bombeiros, oito policiais militares e cinco guardas portuários seguiram para o Hospital de Clínicas de São Paulo para exames preventivos. Segundo ele, o grupamento decidiu trazer os profissionais para a capital paulista para evitar problemas no atendimento de hospitais da baixada santista, que também precisaram oferecer atendimento a cerca de 60 moradores.

Palumbo diz que por volta da 1h o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender um caso de incêndio no armazém onde funcionava a marcenaria. Como as chamas atingiram grandes proporções, vinte viaturas foram deslocadas ao local. O fogo foi controlado ainda na madrugada, mas os profissionais perceberam que havia algo diferente devido a coloração e o odor da fumaça que saia do local.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que também foi acionada para acompanhar o caso, explica que se tratava de fosfina —uma fumaça tóxica gerada a partir da reação química da água em contato com fosfeto de alumínio. Durante a ocorrência em Santos a reação foi causada quando a água usada para apagar o incêndio atingiu o produto armazenado de forma irregular na marcenaria.

O produto estava em frascos e seria utilizado para a fumigação —eliminação de pragas em embarcações. Em nota, a companhia informou que técnicos avaliarão as eventuais concentrações de fosfina nas imediações do galpão, que possam afetar a saúde da população atingida pela fumaça. A Defesa Civil isolou o local e orientou a saída dos moradores mais próximos ao armazém.

O Hospital de Clínicas diz que recebeu, por volta das 11h30, 28 homens dos bombeiros com suspeita de intoxicação.

"Em razão do alto número de pacientes chegando simultaneamente, o HCFMUSP acionou seu plano de desastres, liberando uma ala inteira do pronto-socorro para receber os bombeiros", disse. De acordo com o hospital, não houve registro de casos graves e após um período de exames e observação médica eles foram liberados no período da tarde.

"Foi preciso encaminhar os bombeiros ao hospital por uma questão preventiva, pois o sulfeto de alumínio pode causar graves problemas respiratórios, sem apresentar sintomas antes. Esse material estava lá de forma irregular, então os profissionais foram surpreendidos e acabaram muito expostos", explicou Palumbo.

As causas do incêndio ainda serão apuradas, assim como a origem e destinação desses produtos químicos que estavam na marcenaria destruída pelo fogo.

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