Cristian Cravinhos é condenado a 4 anos de prisão por suborno a PMs

Ele já havia pego 38 anos de prisão por morte dos pais de Suzane Richthofen

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São Paulo

Cristian Cravinhos, 43, um dos autores do assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão pelo crime de corrupção ativa.

A nova condenação, na noite desta segunda-feira (8), refere-se à tentativa de suborno feita por Cristian a dois policiais militares para evitasse ser preso após se envolver em uma confusão num bar de Sorocaba (99 km de São Paulo) em abril deste ano.

Na ocasião, o condenado teria agredido a mulher com a qual mantinha um relacionamento. Frequentadores do estabelecimento chamaram a polícia e, ali mesmo, Cristian teria oferecido R$ 1.000 aos policiais para não ser preso, além de outros R$ 2.000 que conseguiria com o irmão, Daniel —também condenado pela morte do casal Richthofen.

À esquerda, Cristian Cravinhos em foto de 2002, um mês após ser preso pelo assassinato do casal Richthofen; à direita, sendo conduzido por policial em Sorocaba em abril deste ano
À esquerda, Cristian Cravinhos em foto de 2002, um mês após ser preso pelo assassinato do casal Richthofen; à direita, sendo conduzido por policial em Sorocaba em abril deste ano - Luiz Carlos Murauskas/Folhapress e Reprodução

Questionado pelos PMs, Cristian, que teria se identificado como “um dos irmãos Cravinhos”, negou estar armado e afirmou apenas ter discutido com a mulher. Ao revistá-lo, no entanto, os policiais encontraram uma munição 9 mm no bolso, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Preso em flagrante, ele passou por audiência de custódia, que determinou sua prisão preventiva.

Nesta segunda, a juíza Margarete Pellizari, da 2ª Vara Criminal de Sorocaba, condenou o réu a cumprir a pena em regime fechado, porque ele é reincidente.

“Para se eximir das responsabilidades decorrentes de suas escolhas, o réu, condenado a altíssima pena por gravíssimo crime de homicídio triplamente qualificado e em cumprimento de pena, livre por concessão de benesse executória, voltou a delinquir tentando corromper dois agentes públicos, conduta acentuadamente reprovável e censurável, evidenciando que não merece e não pode retornar ao seio da sociedade”, escreveu a magistrada, em seu despacho.

Cristian estava preso preventivamente na Penitenciária de Tremembé, onde deverá cumprir o restante da pena. A reportagem da Folha procurou Ivan Peterson de Camargo, o responsável pela defesa de Cristian, mas não localizou o advogado. À imprensa local, Ivan disse que vai recorrer da sentença por não concordar com a pena aplicada ao seu cliente.

No caso Richthofen, em 2006, Cristian foi condenado a 38 anos e seis meses de prisão pela participação na morte dos pais de Suzane, Manfred e Marísia, em 31 de outubro de 2002.

Foi para o regime semiaberto em 2013 e, em agosto de 2017, obteve permissão da Justiça de São Paulo para cumprir pena em regime aberto. Na época, a 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté justificou o benefício a Cristian por ele não ter cometido falta disciplinar e ter demonstrado bom comportamento carcerário no regime semiaberto.

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