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Justiça adia reintegração de antiga fábrica na Mooca para 2019

Cerca de 335 pessoas, inclusive crianças e idosos, ocupam casarão deteriorado

Elaine Granconato
São Paulo | Agora

A Justiça suspendeu a reintegração de posse que ocorreria nesta terça-feira (23) pela manhã no imóvel particular tombado e invadido por sem-teto na Mooca, bairro da zona leste de São Paulo, há cerca de quatro meses. Agora, só deve ocorrer em 2019, uma vez que todos os ocupantes devem ser citados, por edital.

Pelo menos 335 pessoas, das quais 180 crianças e 30 idosos, ocupam o galpão do deteriorado casarão —madeiras nos telhados e janelas estão consumidas por cupim. Há também imigrantes haitianos no prédio, localizado entre as ruas da Mooca, Barão de Jaguara e avenida Alcântara Machado. 

 

O imóvel, com 108 anos de história, abrigou em 1913 uma indústria de tecidos, a Labor. Nos anos 2000, foi a Fabbrica 5, ex-casa noturna do apresentador Gugu Liberato e do diretor Miguel Falabella. 

Tombado pelos órgãos de patrimônio estadual e municipal, o local abriga agora varais com roupas penduradas, barracos de madeira, lonas plásticas e até construções em alvenaria. 

Os sem-teto usam água e luz do imóvel desativado. O banheiro é coletivo. As famílias fazem a comida com fogareiros ou fogões.

Segundo a determinação da Justiça, os responsáveis pelo prédio terão de bancar o transporte dos mobiliários e roupas dos ocupantes, quando da reintegração de posse.

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