Mesmo vivendo na capital baiana, Edmundo não escondia a paixão especial por uma cidade distante 310 km de Salvador. O jornalista era entusiasta do patrimônio histórico, cultural e da vocação turística de Ilhéus.
Quando a área ainda não tinha destaque na economia local, ele foi um dos pioneiros do jornalismo de turismo. Isso bem antes de presidir o Conselho Baiano de Turismo e a Abrajet (Associação Brasileira de Jornalistas Especializados em Turismo) do estado.
Edmundo iniciara a carreira nos Diários Associados dos anos 1950, escrevendo outras pautas. Assinou coluna sobre cinema e outras tantas colunas sociais, em incontáveis publicações. Mais tarde seria redator de noticiário da rádio Excelsior da Bahia e diretor da rádio Manchete no estado.
Como seu nome diz, ele era do mundo. Fazia questão de viajar e de fotografar o que via —esta, sua outra paixão. Com a elegância que lhe era típica e o bom humor costumeiro, amealhou amigos por onde passou. Recebia todos em festas, almoços, jantares.
Nascido numa família de 11 irmãos, de pai comerciante e mãe dona de casa, Edmundo aprendeu a defender com vigor seus posicionamentos. Talvez por isso tenha sido ele integrante por várias gerações da diretoria do sindicato dos jornalistas no estado, o Sinjorba, e da comissão local de ética dos jornalistas.
Quando já dava por encerrada a carreira de cinco décadas, foi finalmente morar em Ilhéus, seu antigo sonho. Dizia querer morrer lá, conta a irmã Mara.
Além de isso ter ocorrido, outro objeto de sua admiração teve relação com a sua partida. O jornalista morreu na cidade em 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, de quem era devoto. Aos 75 anos, foi vítima de um câncer de próstata. Deixou seis irmãos e muitos sobrinhos.
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