Formado em direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Fernando Hossepian era apaixonado pelo jornalismo, profissão que exerceu por mais de cinco décadas. Em toda oportunidade que encontrava para falar da profissão, demonstrava grande entusiasmo e dizia ser sua missão. Não à toa, gostava de conversar com profissionais em início de carreira para incentivar e até orientar.
“Vários profissionais reconhecidos hoje no jornalismo deram seus primeiros passos na profissão sob orientação do Fernando”, lembra o amigo Paulo Sawaya. Segundo ele, por vários anos Hossepian atuou nas sucursais paulistas de diários como o Jornal do Brasil e O Globo, onde treinou novos repórteres. “Era comum ele receber os novatos e passar as missões que deveriam desempenhar no início de carreira”, afirma.
Muito ético, com o tempo ele demonstrou que era possível transitar bem entre os dois lados do balcão na careira jornalística —seja como repórter, seja como assessor de imprensa—, sem deixar de lado valores e princípios, e sempre priorizando o acesso à informação.
“Ele era um sujeito muito afável, de grande capacidade de comunicação. Sabia conviver com o lado da oposição e da situação, e tinha um equilíbrio entre os dois”, diz Sawaya. Ele conta que Fernando Hossepian foi pioneiro também em assessoria de imprensa e desempenhou papel de destaque na Agência Nacional, na década de 1960, quando divulgava ações da Presidência da República.
Durante a carreira, o jornalista ainda passou por instituições como a CPTM, a Dersa e o banco Banespa (atual Santander). Após trocar São Paulo por Botucatu, no interior paulista, trabalhou na Faculdade de Medicina da Unesp, onde se aposentou.
Hossepian morreu no dia 21 de outubro, aos 80 anos, em decorrência de um câncer. Deixa a mulher, filhos e netos.
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