Primeira fase da Fuvest tem prova clássica; confira o gabarito

Segundo professores do Cursinho da Poli, houve duas erratas

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Estudantes fazem primeira fase da Fuvest neste domingo, na Barra Funda
Estudantes fazem primeira fase da Fuvest neste domingo, na Barra Funda - Zanone Fraissat/Folhapress
São Paulo

Os candidatos a uma vaga na USP (Universidade de São Paulo) que fizeram a primeira fase da Fuvest neste domingo (25) encontraram uma “prova clássica”, sem perguntas consideradas polêmicas, de acordo com professores do Cursinho da Poli.

Confira o gabarito da prova

No entanto, segundo o diretor do cursinho, Gilberto Alvarez, a prova teve alguns problemas. “Uma questão de geografia não tinha uma alternativa correta, nenhuma das respostas parecia totalmente certa. E chamou atenção a Fuvest ter feito erratas, com cartazes em sala de aula”, diz o diretor.

Os dois erros estavam na prova Z. Em uma questão sobre a variação da temperatura de acordo com a altitude, estava escrito “nível médio”, mas o correto era “nível médio do mar”. Neste caso, o erro não interferia na elaboração da resposta. O segundo erro estava em uma questão de química: faltava a legenda com o nome da substância. Segundo a equipe do cursinho da Poli, esse problema impedia a resolução da questão.

Alvarez afirma ainda que uma pergunta de matemática foi “reproduzida integralmente, de forma idêntica” a uma questão de 1994 da própria Fuvest.

Para o diretor pedagógico do cursinho Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, a prova abordou vários temas contemporâneos. "Se modernizou, sem perder a sua identidade. Falou sobre o governo de Donald Trump, imigração, desigualdade salarial entre homens e mulheres, usou textos da imprensa. Neste sentido não foi igual aos anos anteriores, mas manteve a tradição de cobrar conteúdo de forma exigente", afirmou.

Na área de humanas, a prova teve poucas perguntas sobre história do Brasil, avaliam os professores do Cursinho da Poli. Havia, entretanto, uma questão sobre a ditadura militar, com uma tabela de números do Produto Interno Bruto, indústria e agricultura entre 1971 e 1984. A pergunta exigia uma análise dos dados e cobrava conhecimentos do processo de redemocratização.

O professor de biologia do Cursinho da Poli, Edson Futema, considerou as dez perguntas da área fáceis. “Duas eram mais complicadas, sobre genética e hormônios na gestação, mas a maioria era de nível médio ou fácil”, afirmou. Segundo ele, neste ano houve um foco em temas ecológicos e ambientais, enquanto a prova do ano anterior abordou mais a biologia molecular e celular.

Do mesmo cursinho, o professor de geografia Rui Calaresi também considerou a prova “relativamente fácil” e destacou perguntas sobre aquecimento global, refugiados e questões interdisciplinares. “Foram cerca de 12 perguntas, que abordaram assuntos recorrentes na avaliação da Fuvest: geologia, relevo, comércio exterior, política econômica. Foi mais fácil que a prova do ano anterior”, disse. 

A prova de matemática, apesar de “clássica”, foi a mais simples em comparação aos três últimos anos, segundo o professor de matemática Moisés Rodrigues, do Cursinho da Poli. “O que me surpreendeu é que caiu pouca trigonometria. Nas três últimas provas, esse foi um assunto que muito cobrado”, conta.

Para o coordenador do colégio e curso Objetivo, Daily de Matos Oliveira, entretanto, a prova foi mais complexa neste ano. "Teve um leve grau de dificuldade maior. Foi uma prova muito inteligente e bem elaborada", disse. Oliveira também elogiou a escolha de temas atuais, como os direitos da mulher, "sem polêmicas ou viés político".

Na primeira fase da Fuvest, 127.786 inscritos disputam 8.362 vagas em 183 cursos de graduação.

Neste ano, o vestibular da Fuvest traz uma novidade. Além da carreira, os candidatos tiveram que escolher o perfil de vaga ao qual concorrem: ampla concorrência (sem exigência de pré-requisito), escola pública (independente da renda) ou escola pública PPI (autodeclarados pretos, pardos e indígenas que, independente da renda, tenham cursado o ensino médio em escola pública). ​​

Assim, cada modalidade terá uma nota de corte segregada. É um sistema similar ao adotado pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada, utilizado para ingresso via Enem) e reflete um esforço de a universidade conseguir melhorar nos índices de inclusão de alunos vindos da rede pública.

Para o ingresso em 2019, a USP reservará 40% de suas vagas, por curso, para estudantes de escola pública, considerando Fuvest e Sisu. Dentro dessa porcentagem, ainda incidem 37,5% de reserva de vagas para PPIs.

A proporção de vagas reservadas aumentará nos próximos anos: no vestibular para 2020, deve ser 45%; no exame para 2021, finalmente 50%. ​​

A prova deste domingo foi a última das principais avaliações universitárias aplicadas em novembro. No último dia 18 houve a prova da Unicamp. No dia 15, o vestibular da Unesp. E no começo do mês, em 4 e 11 de novembro, o Enem, porta de entrada para praticamente todas as universidades federais do país.

FASES

O processo seletivo da Fuvest é dividido em duas fases. Na primeira, os estudantes tiveram que responder a 90 questões de conhecimentos gerais. Já na segunda fase, os estudantes responderão questões discursivas de língua portuguesa e, pelo menos, duas disciplinas específicas conforme o curso escolhido, além de uma redação.

A novidade é que a etapa discursiva de 2019 será mais enxuta: a prova será executada em dois dias e não mais em três. Os testes da segunda fase serão aplicados entre os dias 6 e 7 de janeiro.

Os estudantes dos cursos de artes visuais, artes cênicas e música terão ainda que responder a provas específicas. A lista dos aprovados será divulgada no dia 24 de janeiro.

Estão previstas ainda mais quatro convocações: 1º, 8, 15 e 22 de fevereiro. Os treineiros conhecerão seu desempenho na prova no dia 6 de fevereiro.

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