Descrição de chapéu Agora

Sushiman é morto por PMs após fazer colega refém em restaurante no Itaim Bibi

Órgãos investigam atuação de PMs; suspeita é que rapaz teria sofrido surto

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo | Agora

Um sushiman de 26 anos foi morto por policiais militares nesta quarta (21) após se descontrolar, fazer um refém usando duas facas e ameaçar clientes no restaurante Jam, onde trabalhava, no Itaim Bibi (zona oeste de SP).

A conduta dos policiais será investigada pela Ouvidoria e pela Corregedoria da PM. A principal linha de investigação da Polícia Civil é a de que ele teve um “surto motivado por problemas pessoais”.

Em depoimento à polícia, um amigo de trabalho do sushiman Leandro Santana dos Santos disse que, por volta das 23h, no final do expediente, foi imobilizado por trás por Santos. O sushiman usava duas facas.

Segundo o relato, Santos caminhou com o colega imobilizado até o meio do salão do restaurante, quando outros dois funcionários conseguiram libertar a vítima, que sofreu um corte no queixo.

Restaurante onde sushiman acabou morto pela polícia após surto na noite da quarta (21) - Reprodução/TV Globo

A PM diz que, quando os policiais chegaram, encontraram com Santos “transtornado”. Neste momento, funcionários e clientes conseguiram deixar o local. Ao ver os policias, o sushiman correu até o piso superior. A corporação afirma que os policiais tentaram negociar com o rapaz, sem sucesso.

Os PMs também usaram uma arma de choque contra Santos. O suspeito, segundo boletim de ocorrência, jogou uma faca contra os PMs, que atiraram com balas de borracha. Em seguida, dois policiais atiraram com pistolas calibre ponto 40.

O Agora apurou que o sushiman foi ferido ao menos quatro vezes, pelas costas. No entanto, segundo o boletim de ocorrência, Santos foi baleado nas nádegas e na lateral do corpo.

Ele trabalhava no local havia sete anos e, segundo funcionários afirmaram à polícia, era uma pessoa quieta e havia recentemente retornado de férias. Deixa uma filha de sete meses.

Repercussão

O analista criminal Guaracy Mingardi classificou como “falha operacional” a conduta da PM. “Há raros casos em que o taser falha”.

O ouvidor das polícias Civil, Militar e Científica, Benedito Mariano, instaurou nesta quinta (22) um procedimento para investigar a conduta dos policiais. “Normalmente uma pistola elétrica é suficiente para imobilizar a agressão”, afirmou.

A PM lamentou a morte do sushiman. Acrescentou que quando os policiais chegaram ao restaurante, ele estava “totalmente transtornado, ameaçando os outros empregados com uma faca”. Disse que os PMs tentaram negociar, “mas sem sucesso” e, por isso, usaram as armas.

Em nota, o restaurante Jam lamentou a morte do funcionário e que irá prestar apoio aos familiares dele.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.