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Menino de 3 anos morre atropelado por metrô em SP após se perder da família

Caso ocorreu no domingo na linha 1-azul; companhia diz colaborar com as investigações

William Cardoso
São Paulo | Agora

Um menino de 3 anos morreu atropelado no domingo (23) por um trem da linha 1-azul do metrô, entre as estações Santa Cruz e Praça da Árvore, na zona sul de São Paulo.

A Polícia Civil ainda analisa imagens de câmeras de segurança e investiga como a criança foi parar nos trilhos.

Menino que morreu na estação Santa Cruz
Menino que morreu na estação Santa Cruz - Reprodução

O garoto Luan Silva Oliveira estava acompanhado da mãe, a dona de casa Lineia Oliveira Silva, 25, do sogro dela, de uma irmã e do padrasto.

Moradora do bairro dos Pimentas, em Guarulhos (Grande SP), a família pretendia passar o domingo na praia, em Santos (72 km de SP), e tomaria um ônibus no Jabaquara (zona sul).

Na estação Santa Cruz, pouco antes de a porta se fechar, segundo a família, o garoto correu para fora do trem e acabou sozinho na plataforma. "Quando esvaziou o vagão, fui mudar de lugar e ele passou pela porta. Não deu tempo de impedir. Ele era uma criança muito agitada, não parava quieto”, diz a mãe.

A dona de casa afirma que ainda viu o filho gritando “mamãe, mamãe”, enquanto a composição deixava a plataforma. “Eu passei mal e caí. Todo mundo se desesperou”, afirma Lineia.

A suspeita dela é de que Luan tenha corrido direto para o túnel por onde o trem foi embora. “Como ele viu o trem partindo comigo, ele deve ter pensado ‘a minha mãe foi para esse lugar' e foi atrás”, diz Lineia.

Ao chegar à Praça da Árvore, a família tomou o trem no sentido contrário até a estação Santa Cruz e procurou ajuda com funcionários do Metrô. O garoto foi encontrado nos trilhos, ainda com vida, a 200 metros da plataforma, no túnel em direção à Praça da Árvore.

A dona de casa diz que, nesta quinta-feira (27), descobriu estar grávida. “Esse que está vindo não vai substituir meu filho. Eu era muito apegada a ele.”

O pai da criança, o pedreiro Adeilton Bispo Oliveira, 32, visitava a família na Bahia no dia do acidente e não conseguiu chegar a tempo do velório de Luan. “Ninguém me deu uma explicação até agora. Queria entender o porquê na hora não tinha segurança ou alguém para ajudar o meu filho”, diz.

O Metrô, sob gestão Márcio França (PSB), diz que colabora com as investigações, fornecendo imagens e informações à polícia. Diz também que, assim que localizada, a criança foi levada por seguranças para um hospital. A companhia afirma que está prestando o apoio necessário à família.

Invasão a trilhos

Para reduzir as interferências provocadas por invasões aos trilhos e aumentar a segurança, o Metrô de São Paulo retomou um antigo projeto de instalação de portas automáticas nas plataformas das estações. Até fevereiro será anunciada a vencedora da licitação que está em andamento.

O plano da empresa ocorre após a alta de 41% desses episódios de 2015 a 2017. São casos de vandalismo, imprudência, tentativas de suicídio, queda de usuários e também de objetos.

A rede de metrô paulista tem em média pouco mais de dois registros por dia de invasão aos trilhos —casos que, além do risco à segurança, provocam interrupções na operação das linhas e agravam os atrasos aos usuários.

Atualmente, estações mais novas do metrô já dispõem das portas automáticas nas plataformas —também comuns em outros países. De um total de 70 paradas da rede, 20 têm esse dispositivo.

Das paradas mais antigas, a Vila Matilde, da linha 3-vermelha, também recebeu a estrutura em 2010, como parte de um projeto da década passada orçado em R$ 71,4 milhões —que também seria estendido a outras estações, mas naufragou após falhas no funcionamento e gastos de mais de R$ 11,8 milhões à época.

As novas portas nas plataformas deverão ter, no mínimo, 2,10 metros de altura e só deverão abrir depois da parada do trem na plataforma, para permitir a entrada e a saída de passageiros dos vagões.

O objetivo, de acordo com a companhia, é aumentar a segurança dos usuários e melhorar a fluidez dos trens, que não sofrerão mais com algumas interrupções da operação. No ano passado, cada interrupção da via paralisou a operação da linha em quatro minutos, em média.

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